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BASTOS, Cristiana.

“A pesquisa Médica, a SIDA e as clivagens da


ordem mundial: uma proposta da antropologia da ciência”.
Análise Social, vol XXXII (140), 1997. 75-111.,

Antropologia da Saúde, Terapia Ocupacional, professor Caetano De Carli.


- a epidemia sida veio por a prova as certezas da medicina em
relação às doenças infecto contagiosas.

- - “algumas doenças infecciosas e os micróbios por elas


responsáveis tinham sido derrotados pelas “balas mágicas” da
medicina, como os antibióticos, ou “erradicados” pelas vacinas.”
Pg. 77-78
“Tal era o estado da pesquisa biomédica de vanguarda ao tempo
das primeiras notificações de casos de sarcoma de Kaposi (KS) em
Nova Iorque no ano de 1981. Este era considerado um tipo raro de
câncer que, por alguma razão desconhecida, aparecia agora numa
versão perniciosa e letal entre os homossexuais nova-iorquinos. O
sarcoma de Kaposi viria mais tarde a ser classificado como uma das
patologias de uma nova síndrome epidêmica, a AIDS”. Pg. 79-80.
-“Tomada como doença infecciosa, fazia sentido a AIDS se
apresentasse com o padrão epidemiológico que a caracterizou. Um
vírus transmissível estava na base dos elos e nichos
epidemiológicos encontrados entre homossexuais americanos,
consumidores de drogas injetáveis, população do Caribe e da
África, transfundidos e consumidores de produtos de sangue e as
crianças recém-nascidas, que mais tarde se juntaram, como as
mulheres, à lista de atingidos”. Pg. 81-82.
“existe crescente evidência de que o que conhecemos sobre o
funcionamento do sistema imunológico é rudimentar e insuficiente
para compreendermos o que se passa não só em casos de SIDA
como em muitas outras afecções de imunidade – das simples
alergias às doenças do foro reumatológico”. P. 82.
Havia uma idéia que o mundo desdenvolvido estava livre de
problemas com as doenças infeciosas. Então a mortalidade no
mundo desenvolvido estava relacionado com “males da
modernidade”, como o câncer, a hipertensão, a diabetes, enquanto
nos países pobres ou em desenvolvimento, ainda era alta o
número de mortes por todo tipo de doenças infecciosas.
- As explicações para isso variam a partir de uma visão restrita,
segundo o qual os países pobres não possuem recursos para o
desenvolvimento de uma pesquisa científica de ponta, onde falta
condições de trabalho para o profissional na área biomédica, e não
produzem portanto uma pesquisa local que venha a solucionar o
problema das doenças infecto-contagiosas. A uma visão mais
ampliada segundo o qual “a escassez da produção científica nos
países periféricos não é uma característica do atraso, mas um
efeito dos mesmos mecanismos que causam o
subdesenvolvimento”. Pg. 84.
-“A epidemiologia social latino-americana se contrapõe ao reducionismo
individualista de inspiração behaviorista que caracteriza a maior parte dos
estudos epidemiológicos. No jogo internacional, esta epidemiologia social é
relegada para um plano menor e sem visibilidade que possa contrapô-la a
corrente dominante nessa área do saber”.85.
-“No estudo em que esse artigo se insere damos conta de alguns
dos eixos que compõem o conhecimento sobre SIDA – do
conhecimento social, ativista e consciência pública à produção
acadêmica e experiência clínica. O processo envolve uma
variedade de atores sociais, de cientistas e médicos ativistas,
governantes, ONGs e agências internacionais” pg. 97
“Alguns desses novos canais resultaram numa forma inovadora de
produzir conhecimento sobre a AIDS, assim como em novos
instrumentos para intervenção nesta crise da saúde. Parcerias
previamente inconcebíveis entre cientistas e ativistas, médicos e
pacientes, um movimento social de inspiração gay e o
estabilshment medico, os laboratórios farmacêuticos e as
organizações comunitárias” p. 97.
“Outra parceria invulgar, patrocinada pelas agências internacionais,
juntou o primeiro e o terceiro mundos, os países desenvolvidos e
em desenvolvimento, os contextos centrais e periféricos.” P. 98
“A disciplina menos dura da epidemiologia também foi campo de
algumas revisões e transformações no contexto da AIDS. Note-se
que desde o início se contaram algumas inconsistências lógicas
dentro desta área, nomeadamente associadas ao facto de a
epidemia ter sido definida em torno de variáveis relevantes para os
países desenvolvidos, enfatizando o risco de grupos sociais
definidos em termos de características individuais, como a
homossexualidade e o uso de drogas. No mundo desenvolvido, [...]
impunha-se uma reformulação do modelo em vigor. Porém os
dados do mundo em desenvolvimento não foram usados para
desenvolvimentos teóricos e metodológicos suplementares na
epidemiologia da SIDA em escala mundial. Variações nos padrões
epidemiológicos em África, por exemplo, foram “domesticados”
pela definição de um padrão II “africano”, idiossincrático e de
referência heterossexual”. P. 100.
Propaganda AIDS década de 90:
https://www.youtube.com/watch?v=lc_sbLoqgRE

30 Anos de AIDS (Dráusio Varela)


https://www.youtube.com/watch?v=lBW3zJdeGe4

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