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O mundo do jovem:

concepções de juventude.

Belo Horizonte, 16 de outubro de 2007.

Miriam Abramovay
Juventude e Juventudes

É uma construção histórica e social. Cada época e cada


setor, postula diferentes maneiras de ser jovem, dentro de
situações sociais e culturais específicas. É uma produção de
uma determinada sociedade, relacionada com formas de ver
os jovens, inclusive por estereótipos, momentos históricos,
referências diversificadas e situações de classe, gênero,
raça, grupo, contexto histórico entre outras.
Juventude e Juventudes

Parte-se da afirmação de que não há somente uma


juventude, mas juventudes que se constituem em
um conjunto diversificado com diferentes parcelas
de oportunidades, dificuldades, facilidades e poder
na nossa sociedade.
Percepção sobre as Juventudes
 O século XX marca a visão do jovem em processo de
transição , sob a influência da psicologia como ciência.

 O jovem é visto como em processo de maturação


psicológica,uma passagem difícil em suas vidas, um
momento de crise na sua sexualidade, nos seus sentimentos
e no seu ideal.
Percepção sobre as Juventudes

A sociedade tem uma enorme dificuldade em conceber os


jovens como sujeito de direitos e de identidade própria,
oscilando entre considerá-lo adulto para algumas exigências
e enfatizá-lo em várias outras circunstâncias.
Representações contraditórias sobre
os jovens
Em geral os jovens são rotulados e prejulgados negativamente:
 São todos drogados;
 Não têm juízo;
 São inconseqüentes;
 São inexperientes;
 São revoltados;
 São violentos.
Preconceitos

 Por serem jovens;


 Pelo fato de morarem em bairros da periferia ou favelas;
 Pela sua aparência física, a maneira como se vestem;
 Pelas dificuldades de encontrar trabalho;
 Pela condição social.
Os Jovens e a contemporaneidade
 A juventude vive na contemporaneidade a reitificação de um
ideal estético em uma sociedade de consumo,
transformando, inclusive, a forma de ser jovem em objeto, em
mercadoria, intervindo no mercado do desejo como sinal de
distinção e de legitimidade.
Condição Juvenil
Cinco elementos são cruciais para a definição da condição
juvenil em termos ideais-objetivos, quais sejam:
1) A obtenção da condição adulta, como uma meta;
2) A emancipação e a autonomia, como trajetória;
3) A construção de uma identidade própria, como questão
central,
4) As relações entre gerações, como um marco básico para
atingir tais propósitos.
5) As relações entre jovens para modelar identidades, ou seja,
a interação entre pares como processo de socialização
Vulnerabilidade
 Os jovens sofrem riscos de exclusão social sem
precedentes devido a um conjunto de desequilíbrios
provenientes do mercado, Estado e sociedade que tendem a
concentrar a pobreza entre os membros deste grupo e
distanciá-los do “curso central” do sistema social. (Vignoli,
2001). 

 Os jovens são vulneráveis, mas também possuem certos


recursos para fazer frente aos obstáculos e riscos – como
capital humano, social e simbólico.
Vulnerabilidades Positivas

 Rebeliões sobre estereótipos, tabus, preconceitos;

 Vontade de saber e construir

 Busca por autonomia e por participação, curiosidade

 Orientação gregária

 Apelo para diversas linguagens e tipos de organização


(movimentos sociais e ONGs) recorrendo à culturas juvenis.
Contraponto: como os jovens se
sentem em relação à vida?
Grau de satisfação com a vida que leva hoje, 2004.
 Muito satisfeito- 6%
 Satisfeito- 69%
 Insatisfeito- 22%
 Muito insatisfeito- 2%
Razões de satisfação

Gráfico 1 - Distribuição da população jovem segundo razões para estar satisfeita


ou muito satisfeita com a vida que leva hoje - Brasil, 2004

50%
45%
40%
35%

Relação amorosa 3%
30%

Situação do país 2%
Maneira como se
Família 43%

Emprego 8%
25%

diverte 4%
Saúde 26%

respondeu 1%
Estudo 7%

Não sabe/não
20%

Amigos 4%

Governo 1%
15%

Outros 1%
10%
5%
0%

Fonte: Pesquisa “Juventude, juventudes: o que une e o que separa”, UNESCO 2004
Finalmente
 Com base na percepção de nossos jovens, podemos dizer
que a juventude nos aponta com o otimismo, com a certeza
de que pouco ou nada se perdeu, que ainda há muito espaço
por onde começar/recomeçar a construção de um outro
mundo. Um mundo melhor, porque possível. E possível
porque também mediado pela ótica e pela participação juvenil
tanto em sua dimensão estética quanto ética.
Quem são os Jovens no Brasil

População Ano

1970 1980 1991 2000 2005

Total da população 93.139.037 118.562.549 146.639.039 169.799.170 184.184.264


Brasileira
Jovens de 15 a 29 25.043.157 34.531.408 41.220.428 47.930.995 50.500,000
anos

FONTE: IBGE (censos demográficos, 1970, 1980, 1991 e 2000).


IBGE (Projeção da população 2005).
PNAD 2005.
Jovens: quantos são?
Jovens de 15 a 29 anos - PNAD 2005

21%
31%

15 a 17 anos
18 a 24 anos
25 a 29 anos

48%
Jovens: freqüência à escola
Freqüência à Escola

15 a 17 18 a 24 25 a 29

Freqüenta Não Freqüenta


Aspectos Socioeconômicos da
População Jovem
Classe Socioeconômica N %

Classe A 621.158 1,3%

Classe B 5.393.905 11,2%

Classe C 15.112.448 31,6%

Classe D 19.798.177 41,4%

Classe E 6.906.983 14,4%

Total 47.832.671 100,0%

FONTE: Pesquisa: Juventude, juventudes: o que une e o que separa, 2004.


Caracterização por cor/raça auto
atribuída
Cor/Raça Auto Atribuída N %

Branco(a) 16.035.983 33,5%


Negro(a) 5.442.528 11,4%
Pardo(a)/moreno(a) 25.580.067 53,5%
Indígena 453.909 0,9%

Oriental 105.093 0,2%


Outra 95.603 0,2%
Não opinou 119.487 0,2%

Total 47.832.671 100,0%

FONTE: Pesquisa: Juventude, juventudes: o que une e o que separa, 2004.


Distribuição por Sexo
Distribuição por sexo N %

MASCULINO 23.696.849 49,5

FEMININO 24.135.821 50,5

Total 47.832.671 100,0

FONTE: Pesquisa: Juventude, juventudes: o que une e o que separa, 2004.


Influências
 Os jovens sofrem influências multiculturais e vivem dois
problemas em comum: a globalização e a violência e a
globalização do crime ligada ao narcotráfico.
 Segundo Castells(1997), nas últimas décadas organizações
criminosas tem levado a cabo operações em escala
internacional, aproveitando da globalização econômica e das
novas tecnologias dei informação. Em torno do narcotráfico
foi-se organizando uma poderosa rede de crimes como o
tráfico de armas, tráfico de imigrantes, prostituição
internacional, contrabando etc. Todas as transações se
baseiam na coesão mediante uma violência extraordinária.
Enquanto organizamos, por cima, a nova ordem econômica e
tecnológica, um amplo setor de jovens está construindo, por
baixo, uma desordem alternativa feita de sua negação a um
sistema que os nega. (...) Somente restabelecendo as pontes de
contato com a nossa juventude, em todos os países, poderemos
realmente construir nosso futuro. E somente se soubermos
como os jovens pensam e vivem, e porque pensam assim,
poderemos encontrar uma nova linguagem, fundamento de uma
nova política.

Manuel Castells
Miriam Abramovay
Socióloga, pesquisadora
membro do Conselho Nacional de Juventude.
mabramovay@gmail.com
http://www.miriamabramovay.com

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