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MATERIAIS PARA ENGENHARIA

É impossível se ter conhecimento detalhado dos diversos tipos de materiais


disponíveis.
Há uma íntima relação entre:
ESTRUTURA ⇔ PROPRIEDADE ⇔ PROCESSAMENTO
As propriedades de um material originam-se na sua estrutura interna (atômica) e
na sua relação com cristais, moléculas e microestrutura. Ao afetar a estrutura interna, as
propriedades do material se alteram.
Mecânico (Usinagem, forjamento, estampagem, etc.)
PROCESSAMENTO
Metalúrgico (Tratamentos térmicos em geral)

Transformados em
Matéria no produtos brutos
estado bruto intermediários: lingotes
metálicos, produtos
petroquímicos, etc.

Reciclagem PROCESSAMENTO

Materiais de engenharia
(Fios eletrocondutores, perfis
Sucatas estruturais, componentes
plásticos, etc.)

CONSUMO DE ENERGIA
CICLO DA MATÉRIA
MEIO AMBIENTE
Principais materiais:

METAIS
• São combinações de elementos metálicos;
• Possuem elétrons não-localizados, isto é, estes elétrons não estão ligados a nenhum
átomo em particular (movem-se livremente na estrutura);
• Bons condutores de eletricidade e calor;
• Resistentes mecanicamente e deformáveis.

CERÂMICOS
• São compostos intermediários, entre metálicos e não-metálicos (óxidos, nitretos,
carbonetos). Ex.: cimento, vidro, vela de ignição, minerais argilosos, etc.
• São isolantes à passagem de eletricidade e calor;
• Resistentes à altas temperaturas e ambientes quimicamente agressivos;
• Mecanicamente frágeis.

POLÍMEROS
• Materiais plásticos e borracha;
• Muitos são compostos orgânicos baseados no carbono, hidrogênio e outros elementos
não-metálicos, de grande estrutura molecular;
• São de baixa densidade e extremamente flexíveis;
• Isolantes térmicos e elétricos.
ESTRUTURAS CRISTALINAS

◆ CRISTAL Arranjo ordenado de átomos no espaço.


» Ex.: CCC, CFC, HC, etc.
◆ CÉLULA UNITÁRIA Menor agrupamento de átomos.
◆ SISTEMAS CRISTALINOS
– Cúbico, tetragonal, ortorrômbico, monoclínico, triclínico, hexagonal e
romboédrico.
– Redes de Bravais (14 redes).
– No de Coordenação (NC - no de vizinhos mais próximos).
» Ex.: CCC (NC=8); CFC (NC=12); HC (NC=12).
– FEA = volume dos átomos / volume da célula unitária.
CRISTALOGRAFIA - ÍNDICES DE MILLER
◆ DIREÇÕES NO CRISTAL
– As coordenadas são medidas em relação ao parâmetro de cada eixo,
portanto não apresentam valores reais das distâncias;
– Os eixos cristalinos são usados como direções básicas;
– A direção parte da origem dos eixos x,y e z;
– As direções são indicadas por colchetes. Ex.: [111]. A direção [333] é
idêntica a [111], por convenção usa-se a última.
◆ PLANOS CRISTALINOS
– Influenciam nas propriedades e no comportamento do cristal;
– As direções são indicadas por parênteses. Ex.: (011);
– A origem é arbitrária. Os planos são geométricamente semelhantes.
– Os índices de Miller são os inversos das distâncias das intersecções do
plano com os eixos. Ex.: Plano (010) = 1/ , 1/1, 1/
8

8
-
Plano (111) = -1/1, 1/1, 1/1
IMPERFEIÇÕES ESTRUTURAIS E
MOVIMENTOS ATÔMICOS
◆ SOLUÇÕES
– Alguns materiais são puros. Ex.: Cu (condutores elétricos); Zn ( camada de
aços galvanizados); Al (doméstico); Al2O3 (velas de ignição).
– Adição intencional de elementos estranhos (melhoria das propriedades).
Ex.: Zn em Cu (latão). Adição faz parte da fase sólida solução sólida.
◆ SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS
– Soluto e solvente possuem dimensões e estruturas eletrônicas semelhantes.
Ex.: Latão (Cu-Zn); Monel (Cu-Ni); Bronze (Cu-Sn); Sterling (Ag-Cu).
– Distribuição ao acaso. Há um limite de solubilidade.
◆ SOLUÇÕES SÓLIDAS ORDENADAS
◆ SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTICIAIS
– Pequenos átomos nos interstícios de átomos maiores. Ex.: Fe-C.
– No reticulado CFC (910ºC) há grandes vazios. No CCC (T. Amb.) há
vazios menores solubilidade relativamente pequena.
DEFEITOS - MOVIMENTOS
◆ DEFEITOS PUNTUAIS (VACÂNCIAS)
– Falta de um átomo no reticulado (empacotamento imperfeito na cristalização ou
vibrações térmicas dos átomos em temperaturas elevadas).
» Vazios, defeitos de Schottky, intersticiais e de Frenkel.
◆ DEFEITOS DE LINHA (DISCORDÂNCIAS)
– Perturbação ao longo de uma linha na rede espacial do cristal (discordância).
» Discordância em Cunha (Aresta):
◆ - aresta de plano atômico extra (região de compressão e de tração);

◆ - aumento de energia ao longo da discordância;

◆ - vetor deslizamento (Burgers) perpendicular à linha de discordância.

» Discordância em Espiral (Hélice ou Helicoidal):


◆ - vetor de Burgers paralelo ao defeito de linha.

» Discordâncias Mistas
OBSIMP.: Puntuais (mecanismos de difusão); Linha (propriedades mecânicas).
DEFEITOS - MOVIMENTOS
◆ DEFEITOS INTERFACIAIS (FRONTEIRAS)
– Defeitos de contornos que têm duas dimensões e separam regiões de materiais
com diferentes estruturas cristalinas e/ou orientações cristalográficas.
» Superfície Externa:
◆ Término da estrutura (alta energia); (gota d’água esférica).

» Contornos de Grãos:
◆ Materiais monofásicos e policristalinos (várias orientações);

◆ Grãos (cristais individuais).

» Falhas de Empilhamento:
◆ Plano atômico fora de ordem numa sequência de empilhamento.

» Contornos de Fases:
◆ Materiais polifásicos de características físicas ou químicas diferentes.

» Maclas:
◆ Tipo especial de contorno de grão de simetria especular da rede.
DIFUSÃO - LEIS DE FICK
◆ CONCEITO
– Fenômeno de transporte de matéria através da movimentação atômica.
Sólida, líquida e gasosa.
– No estado sólido, a difusão é o movimento de átomos no reticulado, gerado
pelo aumento da temperatura (maior vibração dos átomos).
◆ EXOS.:
– Na solidificação > o líquido é homogêneo e as várias fases e estrutura do
sólido dependem da ocorrência da difusão dos constituintes.
– Processos cerâmicos de sinterização, precipitação >dependem da mobilidade
atômica.
– Processos de oxidação > difusão do oxigênio através do material.
◆ ENERGIA DE ATIVAÇÃO
– Energia necessária para mudar um átomo de posição. (cal/mol; J/átomo).
DIFUSÃO - LEIS DE FICK
◆ MECANISMOS DE DIFUSÃO
– Os átomos estão em constante movimento, mudando rapidamente de posição.
Para que umátomo se mova é necessário que:
» Exista uma posição adjacente vazia;
» Energia suficiente para romper as ligações com os átomos vizinhos, e então
causar alguma distorção na rede durante o deslocamento.
– Os dois principais mecanismos de difusão metálica são:
» Difusão por Vacância
» Difusão Intersticial
– Caminhos preferenciais de difusão
» Devido ao fato da ocorrência da difusão exigir transporte de massa, o que
pode facilitar a movimentação atômica, constituirão rotas ou caminhos
preferenciais de difusão.
◆ Discordâncias

◆ Contornos de Grãos
DIFUSÃO - LEIS DE FICK
◆ EQUAÇÕES DE DIFUSÃO
– A difusão é um processo que depende do tempo. Portanto é necessário saber a
velocidade que ocorre. Taxa de massa transferida num determinado tempo. Essa taxa é
chamada de fluxo (J). Onde:
» J = M/A.t , o fluxo é proporcional ao gradiente de concentração logo:
» J(x) > (C2-C1)/(X2-X1) .
» Se o fluxo não varia com o tempo, temos o estado de fluxo constante.
» ( 1a Lei de Fick), o sinal indica que a direção de difusão
J= − DdC
ocorre no sentido decrescente do gradiente de concentração (D é o
coeficiente dedxdifusão em cm2 / s).
» A 1a Lei de Fick representa o fenômeno da difusão quando não há variação
temporal do gradiente.

» A 2a Lei de Fick: . A velocidade de difusão


dC d Ccom a diminuição do
2
diminue
= D(de concentração.
gradiente )
dt d x2
DIAGRAMAS DE FASES
◆ CONCEITO: quando um material é submetido a modificações de temperatura ,
pressão ou concentração, pode sofrer transformações, que ao fim de certo tempo,
mantidas as condições, atingem um certo equilíbrio. O diagrama é um mapa que
ajuda no estudo dos materiais.

◆ DIAGRAMA UNITÁRIO: mostra as relações entre a temperatura, pressão e


as fases nas quais um elemento ou liga pode existir.
– Os componentes de um sistema são os elementos (Pb, Sn, Cu) ou compostos
químicos (H2O, NaCl, MgO) usados para especificar a composição do sistema.
– Um sistema consiste de uma quantidade definida de um dado material.
– Sistema Homogêneo (mesmas propriedades e composição em qualquer ponto).
◆ Gelo, água e o vapor d’água, separadamente, são fases únicas.

– Sistema Heterogêneo (duas ou mais fases).


◆ Ponto trilplo > sistema trifásico heterogêneo.
DIAGRAMAS DE FASES
◆ REGRA DAS FASES - GIBBS
» F=C-P+2 > F = no de graus de liberdade
C = no de componentes
P = no de fases do sistema
2 = pressão e temperatura
– O grau de liberdade (variância), refere-se a qualquer propriedade variável
(temperatura, pressão, volume, etc.) que esteja interligada com o sistema.
– A maioria dos metais e ligas são constituídos apenas de fase sólida e líquida, onde a
variação da pressão têm pouco efeito.
– Para um sistema à pressão constante temos: F=C-P+1
– Geralmente usamos o sistema binário num diagrama bidimensional de T x C. Este
diagrama é uma seção do diagrama tridimensional P x T x C, a P = Cte .
DIAGRAMAS DE FASES - EQUILÍBRIO
◆ DETERMINAÇÃO DO DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO
– Os diagramas de equilíbrio podem ser obtidos medindo-se qqr propriedade
física que caracterize uma mudança de fase.
◆ TÉCNICAS UTILIZADAS
» ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL: diferença entre um material qqr e
um padrão. Não havendo transformação eles se resfriam/aquecem de
forma idêntica. Se há transformação ocorre uma diferença de temperatura.
» METALOGRAFIA: amostras são mantidas em temperaturas diferentes por
períodos de tempo que garantam o estado de equilíbrio, em seguida são
resfriados rapidamente até a T.A. para reter o estado de equilíbrio.
» RAIO-X: amostra pulverizada. Vários difratogramas variando a T e a C.
» DILATOMETRIA: mudança de volume associada com as mudanças de
fases. Medimos a mudança no comprimento da amostra em função da
temperatura. Geralmente usada na transformação sólido-sólido.
» CURVAS DE RESFRIAMENTO DIRETO: mais utilizada e mais simples.
DIAGRAMAS DE EQUILÍBRIO
◆ SISTEMA ISOMORFO: L S
– REGRA DA ALAVANCA (DOS MOMENTOS ; DA BALANÇA)
» %L = (x - α ) / (l - α ) %L + %S = 100%
(sistema em equilíbrio)
» %S = (l - x) / (l - α ) %L.l + %S.α = x

◆ SISTEMA EUTÉTICO: L α + β
◆ SISTEMA EUTETÓIDE: γ α + β
◆ SISTEMA PERITÉTICO: L+α β
◆ SISTEMA PERITETÓIDE: α + γ δ
◆ SISTEMA SINTÉTICO: L1+L2 δ
DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
◆ Diagrama de temperatura em função do teor de carbono.
◆ Ligas com até 2% C são os aços e acima deste teor são os fofos.
◆ Os pontos E e E’ Eutético (4,3%C) e Eutetóide (0,8%C).
– Eutético Ledeburita.
– Hipoeutético Dendritas de perlita num fundo de ledeburita.
– Hipereutético Lamelas de cementita num fundo de ledeburita.
– Eutetóide Perlita.
– Hipoeutetóide Perlita + Ferrita.
– Hipereutetóide Perlita + Cementita.
DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
◆ Durante o processo de solidificação verifica-se nos aços o aparecimento
de microconstituintes como austenita, ferrita, cementita e perlita.
– Austenita: solução sólida de C no Fe γ , (cfc). Com os aços C comuns não é
possível obtê-la à temperatura ambiente. Solubilidade 2,0%C.
– Ferrita: solução sólida de C no Fe α (ccc). Origina-se na zona crítica durante
o resfriamento, a partir da austenita, sendo estável a T.A. Solubilidade
0,025%C.

– Cementita: é o carboneto de ferro Fe3C ,(ortorrômbico) muito duro e frágil.


Dos constituintes dos aços a cementita é o mais duro. Solubilidade 6,67%C.
– Perlita: é formada por finas lamelas justapostas de ferrita e cementita,
ocorrendo abaixo de 723oC nas ligas Fe-C. Solubilidade 0,8%C.
◆ Formação destes microconstituintes durante o resfriamento das ligas:
– Eutetóide, hipoeutetóide e hipereutetóide.
AÇOS
◆ Principal elemento estrutural de construção ou ferramenta.
◆ Liga de Fe-C (até 2,0%C). Variação da %C, tratamento térmico e a adição
de elementos de liga melhoria das propriedades mecânicas e físicas.
◆ Baixo custo em relação a outros metais ou ligas.
◆ Tipos: - Aços Comuns ou ao Carbono;
- Aços Liga ou Especiais.
◆ Aços Comuns: (propriedades mecânicas ligadas ao teor de C, ao T.G. e à V. de Resf.)
– Aços Doces Acalmados (Extra Doce) > até 0,15%C > conformação, trefilação, etc.
– Aços Doces > 0,15-0,30%C > elementos estruturais, eixos, barras laminadas, etc.
– Aços Meio-Doces > 0,30-0,40%C > peças especiais de máquinas e motores,
ferramentas agrícolas, etc.
– Aços Meio-Duros (Médio C) > 0,40-0,60% > peças de indústrias (eixos, barras de
conexão, engrenagens), trilhos, molas, etc.
– Aços Duros e Extra Duros (Ferramenta) > 0,60 a 1,5%C > molas, cabos, cutelaria.
AÇOS
◆ Aços Liga: (propriedades ligadas à adição de elementos de liga)
– Aços Baixa Liga para Construção:
» Melhoria das propriedades mecânicas (escoamento, tração, tenacidade, etc.);
» Redução da velocidade crítica de transformação (têmpera em óleo e ar).
– Aços Ferramenta:
» Aumento da dureza e resistência ao desgaste (carbonetos duros);
» Resistência ao efeito do revenido (aços para matrizes a quente).
– Aços Inoxidáveis e Resistentes ao Calor:
» Aumento da resistência à oxidação e corrosão;
» Aumento da resistência ao calor.
◆ Principais elementos de liga:
– Si, Mn, Ni, Cr, Nb, Mo, V, W.
◆ Outros elementos:
– Co, P, S, Al, O, N, H.
FERROS FUNDIDOS
◆ Liga de Fe-C-Si (C > 2% - quantidade superior à solubilidade na γ de
modo a resultar em carbono livre na forma de grafita).
◆ Difícil de forjar, estirar, laminar ou vergar.
◆ Forma do C: - carbono grafítico (Cg) ou carbono combinado (Cc).
◆ Tipos de Ferros Fundidos:
– Fofo Cinzento > de cor escura - Cg em veios;
– Fofo Branco > de cor clara - Cc;
– Fofo Mesclado > intermediário entre o branco e o cinzento;
– Fofo Maleável > obtido a partir do branco através de T.T.(maleabilização);
– Fofo Nodular > Cg em nódulos (inoculação).
◆ Fatores que influenciam na formação do fofo branco e do cinzento:
– Composição Química > % Si
– Velocidade de Resfriamento
INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA
◆ Resistência à tração: A maioria dos elementos adicionados provocam
endurecimento por solução sólida aumento da resistência à tração.
◆ Variação nas temperaturas de transformação: Elementos tendem a
deslocar as temperaturas de transformação, no sentido de aumentar ou
restringir o campo austenítico. Entre os elementos gamagênicos estão o
Ni, C, N, Mn, Cu e entre os alfagênicos o Cr, W, V, Al, Nb, Mo, Si.
◆ Deslocamento do ponto eutetóide: A adição de qualquer elemento de liga
desloca o ponto eutetóide para a esquerda.
◆ Influência no crescimento do grão: O crescimento do grão austenítico
durante o tratamento térmico é um efeito indesejado.
◆ Formação de carbonetos: Elevam a dureza e resistência ao desgaste.
◆ Melhoria na temperabilidade: À exceção do Co todos elementos tendem a
reduzir a velocidade crítica de resfriamento.
◆ Melhoria na resistência à corrosão: Formação de um filme de óxido
denso e aderente à superfície do aço protegendo-o contra a corrosão.
DEFORMAÇÃO DE MATERIAIS
◆ DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
– Quando uma solicitação é aplicada o material torna-se levemente deformado,
porém quando se retira a carga este volta às dimensões originais (pequena
elongação da célula unitária).
– A deformação é proporcional à tensão aplicada.
– A relação entre tensão(σ ) e deformação(ε ) é o módulo de Young(E):
σ = Ε .ε Lei de Hooke
– Quanto mais intensas forem as forças de atração entre os átomos maior será o
módulo de Young.
– A deformação é recuperada quando a tensão é removida.
» TENSÃO: σ = F/A ; F=força e A=área.
» DEFORMAÇÃO: ε = U/L ; U=deslocamento e L=comprimento
total.
DEFORMAÇÃO DE MATERIAIS
◆ DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
– Uma deslocação se movimenta num plano de escorregamento/deslizamento,
ocasionando a deformação do cristal. O resultado é a deformação permanente.
– Curva Tensão x Deformação. σ = Κ . εK=coef.
n de resistência.
; n=coef. de
encruamento.
» Tensão de Escoamento: tensão na qual começa a deformação plástica apreciável.
» Resistência à Tração: tensão nominal máx. que o material suporta antes da fratura.
– Uma pequena porcentagem de energia empregada na deformação plástica do
material, fica armazenada como acréscimo na energia interna. Esse acréscimo
de energia interna está associado com defeitos de rede (vacâncias, interstícios,
deslocações e falhas de empilhamento), gerados durante a derformação.
– Na deform. plástica, parte de cada grão se deforma relativamente à outra. Isto é
acompanhado pela geração e rearranjo de discordâncias. Cada discordância
produz uma distorção local na rede. Como o no de discordâncias aumenta com o
aumento da def., as discordâncias se interagem e acumulam-se produzindo
severas curvaturas e desorientações por toda parte do grão e de grão em grão.
DEFORMAÇÃO DE MATERIAIS
– As discordâncias ficam impedidas de se movimentarem, aumentando a resistência
a novas deformações. Além disso, os defeitos puntuais criados alteram as
propriedades físicas do material.
– O alinhamento de grãos e alongamento de inclusões causam um direcionamento
destas, provocando a anisotropia do material. Os contornos dos grãos (defeitos
superficiais), interferem com os escorregamentos, pois interrompem os planos
cristalinos nos quais as discordâncias se movem.

– Se a deformação ocorre numa temperatura suficiente baixa, muitos arranjos de


deslocações ficarão retidos no material. Aumentando a temperatura, o estado
deformado se torna instável, podendo então ter estruturas livres de deformação
em materiais que sofreram processos de deformação.
RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E
CRESCIMENTO DE GRÃOS
◆ Os efeitos associados com o trabalho mecânico ( ductilidade, grãos distorcidos), podem ser
eliminados pelo simples aquecimento do metal encruado. Este processo é chamado de
recozimento. O recozimento compreende de três estágios:
◆ RECUPERAÇÃO
– É o rearranjo de discordâncias em configurações de mais baixa energia. É um processo de
recuperação (poligonização) e é um estágio inicial do processo de recozimento que leva à
recristalização. Se o grau de encruamento é pequeno, a poligonização pode ser a única
variação estrutural que ocorrerá. O processo é decrescente com o tempo.
◆ RECRISTALIZAÇÃO
– Formação de novos grãos (recuperados) a partir de grãos encruados ( nova estrutura por
recristalização). Esse processo é realizado pela migração de contornos de grão de alto
ângulo, alta mobilidade. Para a recristalização, é utilizada a energia armazenada durante a
deformação. Depende: temperatura, grau de encruamento e da pureza e T.G. inicial.
◆ CRESCIMENTO DE GRÃO
– A recristalização exige a existência de um encruamento prévio. Já o crescimento de grão,
não. Após a recristalização, os grãos começam crescer; os mais estáveis absorvendo os
menos estáveis.
METALOGRAFIA
◆ Estuda as características estruturais e de constituição dos metais e ligas que
podem influenciar nas suas propriedades físicas e mecânicas.
◆ A estrutura do material é formada após transformações na solidificação. As
heteogeneidades dos defeitos estão relacionadas com o processo de
solidificação, mecanismo de crescimento cristalino, impurezas presentes.
◆ Estas heterogeneidades são reveladas pela macrografia e pela micrografia
que dão uma real idéia da sua magnitude e localização.
◆ Os principais fatores que dependem uma boa análise metalográfica são:
– Seleção e preparo da superfície da amostra;
– Características do reativo selecionado;
– Temperatura e tempo de ataque.
◆ MACROGRAFIA
– Exame visual ou com até 10X de aumento;
– Informações gerais (tipo de material, processo de fabricação, heterogeneidade,
tratamentos mecânicos e térmicos.
METALOGRAFIA
◆ MICROGRAFIA
– Os materais se apresentam sob a forma policristalina. Os cristais individuais são
denominados grãos. Muitas propriedades estão relacionadas com a forma, o
tamanho e a orientação dos grãos (anisotropia).
– O estudo microestrutural dos materiais pode fornecer informações a respeito da
morfologia e da distribuição das fases constituinte, assim como a natureza e a
distribuição de certas imperfeições cristalinas.
◆ Relação T.G. x Dureza e Resistência Mecânica: D T.G.
D = D0 + Kh . d -1/2 .:
σ =σ 0 + K . d -1/2
◆ Técnicas de Análise Microestrutural:
-- Microscopia Ótica; -- Microanálise por Sonda Eletrônica;
-- Microscopia Eletrônica; -- Microscopia Iônica de Campo;
-- Microscopia de Raio-X; -- Microscopia de Emissão de Campo.
METALOGRAFIA
◆ A microscopia ótica é a mais utilizada (mais prática e barata).
◆ Deve-se polir (sequência de lixas de 150 a 600 #, óxido de Cr, pasta de diamante,
Al2O3) e atacar (reagentes químicos apropriados), antes da análise microscópica.
◆ O ataque químico além de delinear os contornos, também permite que diferentes
fases sejam observadas por diferenciação no brilho, forma e cor dos grãos.
◆ Informações Quantitativas da Análise Microscópica:
– - T.G.; - Quantidade de Área Interfacial por Unidade de Volume;
– - Dimensões das Fases Constituintes; - Quantidade e Distribuição das Fases.
◆ Medida do Tamanho de Grão:
– Apesar dos grãos não possuirem uma forma regular, este foi aproximado a um
octaedro truncado.
– A ASTM-E122 dá uma relação do no tamanho de grão em um espaço ocupado.
Na = 2 (N-1) , onde Na é o no de grãos por pol. quadrada com aumento de 100X, e
N é o índice do tamanho de grão da ASTM.
METALOGRAFIA
◆ Métodos de Análise do Tamanho de Grão:
– Cartas ou Oculares Calibradas: Usa-se cartas ou oculares com as 8 divisões da ASTM,
onde a rede que se igualar à projeção (100X) representará o T.G.
– Método Planimétrico de Jeffries: Círculo de área conhecida sobre a fotomic. A
contagem é feita pela eq.: Neq = Ni + Nc/2 , onde Ni é o no de grãos dentro da área e Nc é
o no de grãos interceptados pelo perímetro. O no de grãos por unidade de área NA=
Neq /A, onde A é área real da amostra. Se a foto foi tirada com um aumento m, então:
A= área observada/m2. O no de grão da ASTM pode ser calculado pela eq.: NG=
[3,332.logNA] - 2,95 .
– Método de Intercepto de Heyn: Linha reta ou curva de comprimento (LT), onde NL=
N.m/LT , NL(no de interceptos/unidade de comprimento; N (no de grãos interceptados
pela linha); m (aumento). NG= [-6,6457.log L]-3,298 ; L=1/NL .
◆ Medidas de Proporção de Fases:
– Análise das Áreas: (mede-se as áreas e depois soma-as; ou por pesagem);
– Análise das Linhas: (linhas ao acaso numa e mede-se o comprimento interceptado);
– Análise por Rede: (sobrepõe-se uma rede e suas intersecções são contadas). Fi= ni/nt
ENSAIOS MECÂNICOS
– As propriedades mecânicas podem ser definidas como aquelas que determinam o
comportamento de um material sob cargas aplicadas.
– A seleção de um material para uma determinada aplicação estrutural é feita através
do conhecimento de suas propriedades mecânicas. Ensaios padronizados tais como
tração, dureza, impacto, fluência e fadiga, fornecem dados numéricos que
descrevem estas propriedades.
◆ ENSAIO DE TRAÇÃO
– O ensaio de tração é o mais usado para avaliar as características mecânicas dos
materiais metálicos e poliméricos.
– As extremidades de um C.P. (com dimensões padronizadas) são fixadas num
dispositivo, que submete o material a um esforço capaz de alongá-lo. A velocidade
com a qual o corpo é deformado, é estabelecida pelas normas técnicas; para fins de
pesquisa, essa velocidade pode ser variada.
– Durante o ensaio, faz-se os registros dos valores da carga aplicada e da
deformação correspondente, até o rompimento do corpo de prova. Os dados obtidos
são colocados em gráfico de carga em função do alongamento. Estes resultados são
usualmente transformados para tensão e deformação.
ENSAIOS MECÂNICOS - ENSAIO DE TRAÇÃO
◆ Tensão e Deformação Convencional
– Tensão de tração convencional (σ c) é a relação entre a carga (P) aplicada e a área
inicial (Ao) da secção transversal do corpo de prova: σ c = P / Ao
– O alongamento convencional (e) é a relação entre o aumento do comprimento do
espécime (∆ l) e o comprimento original (lo): e = (l - lo)/ lo = ∆ l / lo
– No início do teste, o material se deforma elasticamente. se a carga aplicada for
aumentada, o material será deformado permanentemente (plasticamente).
– Quando a tensão atinge um valor máximo suportado pelo material,começa a
aparecer o fenômeno de estricção, ou seja, há um decréscimo localizado na área da
secção transversal do corpo de prova. Nessa região se concentrará toda a
deformação posterior. Depois do início da estricção, a tensão convencional
decresce com a deformação posterior até que a amostra se rompe.
– Nos materiais em que ocorre a fratura sem a presença do fenômeno de estricção, a
tensão máxima suportada pelo material coincide com a tensão de fratura, , mas
quando o fenômeno está presente, a carga na fratura é mais baixa que a carga
máxima.
ENSAIOS MECÂNICOS - ENSAIO DE TRAÇÃO
◆ Propriedades Mecânicas Obtidas Através do Ensaio
– A máxima tensão onde ainda é válida a lei de Hooke (σ = E.ε ), é chamada
de limite de proporcionalidade (σ p). A tensão abaixo da qual a deformação é
elástica, é denominada de limite elástico (σ el). É a maior tensão que o
material pode suportar sem deixar deformação permanente quando
descarregado. Alguns materiais metálicos fraturam dentro da região elástica.
– Para aços com baixo teor de C e outras ligas, o início da deformação plástica é
indicado por uma queda brusca na carga, ensaio com velocidade de constante,
apresentando um ponto de escoamento superior (σ es) e um inferior (σ ei).
– Este comportamento tem origem na deformação não homogênea que começa
num ponto de concentração de tensões, próximo a alguma descontinuidade, e
se propaga através do espécime na forma de bandas de Lüder.
– O ponto de escoamento superior corresponde à tensão necessária para libertar
as deslocações dos átomos intersticiais, e o ponto de escoamento inferior é a
tensão necessária para mover as deslocações liberadas pela rede.
ENSAIOS MECÂNICOS - ENSAIO DE TRAÇÃO
– Se não for possível determinar precisamente a tensão de escoamento, esta
tensão será aquela necessária para reproduzir uma qdade de deformação plástica,
de 0,1 a 0,5%, passando a denominar-se de tensão conv. de escoamento (σ n).
– A tensão máx., num diagrama conv. de tensão x deformação, é chamada de
limite de resistência (σ R). A tensão sob a qual o material se rompe é chamada
de tensão convencional de ruptura ou de fratura (σ F).
◆ Tensão e Deformação Real
– Durante a deformação plástica, a redução da área da secção transversal do c.p.,
pode ser apreciável. É necessário definir a tensão e a elongação reais.
σ real = P/Ai , Ai= área mínima instantânea da secção transversal que suporta a carga.
ε real = dl∫ / l , limites de lo até li. Integrando temos:
ε real = ln (li / lo) , lo=comp. inicial e li=comp. instantâneo (medido sem carga).
– A tensão real cresce com o crescimento da deformação atingindo o máximo na
fratura. Onde: σ real = σ c (1+e) , onde e é o alongamento convencional.
ENSAIOS MECÂNICOS - ENSAIO DE IMPACTO
– O ensaio de impacto é essencialmente comparativo, sendo mais empregado para
o estudo de fratura frágil nos metais. É um ensaio dinâmico utilizado como teste
em materiais, em função da variação da temperatura.
– Há três fatores básicos que contribuem para a fratura frágil por clivagem:
» Um estado triaxial de tensões;
» Uma temperatura baixa;
» Uma taxa de deformação elevada ou uma taxa de carregamento rápida.
– Tenacidade: A tenacidade de um material é definida como sendo a energia necessária
para rompê-lo. Ou seja é a sua capacidade de absorver energia na região plástica.
– Resiliência: Capacidade de um material absorver energia quando deformado
elasticamente e liberá-la quando descarregado.
– Temperatura de Transição: temperatura onde há uma mudança no caráter de ruptura
do material, passando de dúctil para frágil.
» Os aços, e a maior parte de outros materiais de estrutura CCC, apresentam uma
transição da fratura dúctil (que necessita de energia elevada), para a fratura frágil
(que requer menor energia), quando submetidos à cargas de impacto em temperatura
relativamente baixa.
ENSAIOS MECÂNICOS - ENSAIO DE IMPACTO
– A transição dúctil para frágil nos metais CFC não ocorre, este se mantém dúcteis a
temperaturas bem mais baixas. Isso justifica a ductilidade a baixas temperaturas dos
metais, Cu, Al, Ni, Aço Inox. Austenítico. Eles não rompem por clivagem, de modo que
a absorção de energia independe da temperatura, e o ensaio de impacto não é usado.
– Inclusões, gases dissolvidos, poros, etc. causas da fragilidade.
– Impurezas (P, S e N) e Eleto de Liga (C) quanto maior seu teor, menor a resiliência.
– A região do entalhe se encontra em estado de tensão, e quanto mais agudo é o entalhe,
maior é a temperatura de transição, ajudando na interpretação da origem da fratura.
– Há uma influência do local de retirada dos corpos de prova, bem como a direção e o
sentido do seu entalhe, principalmente em peças trabalhadas mecanicamente, com alto
grau de anisotropia.
– O ensaio não fornece um valor quantitativo da tenacidade do metal, porque representa
apenas a tenacidade para um dado estado de tensões causado pela geometria do entalhe.
– A ductilidade também pode ser avaliada no ensaio, pela % de contração no entalhe.
– Superfície da fratura: características que permitem um exame visual, determinar pelo
seu aspecto se a fratura é fibrosa (dúctil), granular ou cristalina (frágil).
ENSAIOS NÂO DESTRUTIVOS
◆ Uma peça fundida pode conter diversos tipos de defeitos:
– Composição incorreta, porosidade, bolsas de contração, segregação, inclusões
não metálicas, cavidades e trincas superficiais.
◆ Geralmente estes defeitos não são detectados pelo exame visual e algumas
peças fundidas não podem sofrer ensaios de natureza destrutiva.
◆ APLICAÇÕES
– Peças fundidas; Soldas; Placas laminadas; Concreto; Cerâmica; etc.
◆ OBJETIVOS
– Aumento da Produtividade
» Isolar a peça no início do processo e garantir a qualidade do produto final;
» Diminuição da sucata.
– Aumento da Vida Útil da Peça
◆ TIPOS DE DEFEITOS
– Defeitos de Superfície (trincas, etc.)
– Defeitos Subsuperficiais (porosidade, inclusões, bolhas, etc.)
ENSAIOS NÂO DESTRUTIVOS
◆ MÉTODOS
– Inspeção Visual (mais utilizado, mais barato)
» Falta de penetração de solda; Superfícies oxidadas ou grosseiras; Grandes
trincas; Porosidade superficial; Fusão insuficiente; Metal insuficiente.
– Líquidos Penetrantes (óleo ou solução com corante, giz pulverizado)
» Trincas em peças fundidas, em soldas, de fadiga, emendas, etc.
– Métodos Magnéticos (pó magnético por via úmida ou seca)
» Descontinuidades (trincas, inclusões e cavidades).
– Ensaios Térmicos e Elétricos (indicadores de calor ou resistência)
» Descontinuidades (reveladas por acréscimo de calor ou queda de potencial)
– Métodos de Radiografia por Raio-X (raios-γ e raios-x)
» Inclusões e cavidades.
– Ensaio Ultra-Sônico (impulso sônico)
» Inclusões e cavidades.
METAIS NÃO FERROSOS
LIGAS DE COBRE
◆ O Cu é muito utilizado por suas propriedades de eletro e termocondutibilidade.
◆ É a base para numerosos sistemas de ligas: Latões (Cu-Zn), Bronzes (Cu-Sn), etc.
◆ Estas combinações de eletos , formam sol. sólidas que podem ser intersticiais ou
substitucionais. As ligas que formam soluções sólidas substitucionais, podem ainda se
apresentar com estrutura ordenada ou desordenada.
◆ LATÕES (ligas Cu-Zn)
◆ Comercialmente, as ligas Cu-Zn contém de 0 a 50% de zinco, constituindo várias
ligas não-ferrosas, e seu estudo se baseia no diagrama cobre (cfc) - zinco (hc).
α - sol. sólida substitucional primária, (cfc), muito dúctil, de 0 a 39% de Zn.
β - sol. sólida subst. desordenada,(ccc), fácil de trabalhar, menor condut. elétrica.
β ’ - sol. sólida subst. ordenada, (ccc), com 45 - 50% de Zn.
γ - fase intermediária, tipo composto eletrônico, (ccc), complexo (Cu5Zn8), é a
mais dura e frágil das fases.
METAIS NÃO FERROSOS
◆ Latões α - Cu-Zn (0 - 37%)
– Microestrutura monofásica, composta por grãos regulares e não deformados
tendo aproximadamente o mesmo tamanho. Temperatura T.G.
– Grãos maclados, fenômeno característico de estruturas recristalizadas.
– Aumento da dureza e resistência :
» Trabalho a frio (encruamento), mesma composição;
» Aumento % de Zn, endurecimento por solução sólida (átomos do soluto
interferem no movimento das discordâncias durante a deformação plástica)
– Alta conformabilidade plástica a frio.
◆ Latões α −β - Cu-Zn (37- 45%)
– Microestrutura bifásica; ligas mais resistentes e menos dúcteis que os α .
– Alta usinabilidade;
– Próprias para trabalho a quente (extrusão, laminação e forjamento);
– O metal Muntz (latão 60-40), é empregado em peças fundidas, podendo ser
temperado (800ºC) e revenido (350ºC), após deformação a quente.
METAIS NÃO FERROSOS
% Zn Denominação Emprego
5 Bronze Comercial Joalheria, emblemas, espoleta, cunhagem.
10 Metal Tomback Joalheria, peças forjadas e estampadas, rebites, parafusos.
15 Latão Vermelho Radiadores, canalização (resiste à água do mar).
30 Latão Cartuchos Estampagem profunda e estiramento, cartuchos.
34 Latão Amarelo Estiramento, prensagem, soquetes elétricos.
40 Metal Muntz Válvulas de vapor, tubos e placas de condensadores,
peças para arquitetura (painéis, portas, etc.)

◆ BRONZE (ligas Cu-Sn)


– De 2 a 10% Sn: ligas dúcteis (trabalhadas a frio)
– De 5 a 11% Sn: ligas para fundição; Alta Dureza
– >16% Sn: matriz dúctil (fase α ) + partículas dispersas de altaMaior
dureza Lim.
(fase βEscoamento
);
– Liga antifricção mancais de deslizamento.
METAIS NÃO FERROSOS
LIGAS DE ALUMÍNIO
◆ O Al é de elevada resistência à corrosão, além de boa condutibilidade elétrica.
◆ Muito macio e de pouca resistência mecânica mais utilizado na forma de liga.
◆ Como peças fundidas (lingotes) ou trabalhadas (laminados, extrudados e forjados).
◆ Pode ser endurecido por tratamento térmico.
◆ Classificam-se em ligas:
– Que não são termicamente tratadas
» À base de: Si (melhoria da fluidez); Mg (resistência à corrosão e rigidez); Mn (aumento da
resistência).
» As ligas forjadas preservam sua resistência por deformação a frio.
– Que são termicamente tratadas
» Mesmos elementos de liga (Cu, Zn, Mg, Mn, Si, etc.)
» Trat. térmicos: - Recozimento: alívio de tensões, precipitação de eletos ;
- Solubilização: dissolução máxima de eletos e
têmpera;
- Envelhecimento (endurecimento por
precipitação).
METAIS NÃO FERROSOS
Ligas de Alumínio Trabalhadas Ligas de Alumínio Fundidas
◆ Alta Resistência Mecânica ◆ Alta Resistência Mecânica
– Ligas Al-Cu – Ligas Al-Cu
– Ligas Al-Zn-Mg – Ligas Al-Mg
– Ligas Al-Cu (com Ni e Mn) (>300ºC) – Ligas Al-Si
◆ Alta Resistência à Corrosão ◆ Alta Resistência à Corrosão
– Ligas Al-Mg (inclusive meio marinho) – Ligas Al-Mg
◆ Alta Conformabilidade Plástica – Ligas Al-Si (sem Cu)
– Ligas Al-Mg e Ligas Al-Mn ◆ Alta Fundibilidade (fundição sob pressão)
– Ligas Al-Zn-Mg e Ligas Al-Cu-Mg – Ligas Al-Si
◆ Alta Soldabilidade – Ligas Al-Mg
– Ligas Al-Mg ◆ Alta Fundibilidade (fundição em moldes
– Ligas Al-Mg-Si e Ligas Al-Zn-Mg permanentes e em areia)
◆ Alta Usinabilidade – Ligas Al-Si
– Ligas Al-Mg-Si (com Pb) – Ligas Al-Cu
– Ligas Al-Cu-Mn (com Pb)
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ A utilização das ligas metálicas é baseada principalmente nas suas propriedades
mecânicas, propriedades estas que dependem basicamente da composição da liga,
da sua estrutura cristalina e das suas condições de fabricação.
◆ As propriedades mecânicas de ligas de aços C comuns, mesmo estado (recozidas),
com diferentes teores de C: %C Escoamento e Alongamento
◆ Fixada a composição, o tratamento térmico pode determinar as propriedades
desejadas, através da obtenção de uma estrutura cristalina, adequada.
◆ Dependendo do tratamento térmico utilizado, pode-se, para uma mesma liga,
aumentar a dureza e a resistência mecânica e, com isto, obter-se um aumento na
resistência ao desgaste. Tratamentos térmicos que diminuam a dureza, aumentam a
ductilidade da liga, e assim, melhoram a sua capacidade de sofrer usinagem.
Liga σe (kgf/mm2) A (%) Liga Trat. Térm. σe (kgf/mm2) A (%)

Fe puro (α) 10 62 Aço SAE 1080 Recozimento 46 14


Fe-C (0,2%) 23 35 Aço SAE 1080 Têmpera 200 1
Fe-C (0,8%) 46 14 Aço SAE 1080 Têmp. e Rev. 90 7
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ O tratamento térmico consiste em aquecer e manter as peças a temperaturas
adequadas, durante um certo tempo e resfriá-las em um meio conveniente, com o
objetivo de se modificar a microestrutura e alterar as propriedades mecânicas.
◆ Controle de temperatura de aquecimento (trat. térm. e comp. da liga) e tempo de
resfriamento (meio utilizado).
Vresf.Temperado > Vresf. Normalizado > Vresf. Recozido

RECRISTALIZAÇÃO - DIFUSÃO
◆ O tratamento térmico envolve processos como recristalização e difusão, ocorrendo já
em soluções sólidas.
◆ A transformação γ (cfc) α (ccc) se dá por deslocamento de átomos de ferro.
◆ Os átomos movimentam-se por curtas distâncias, frações de parâmetros.
◆ O fenômeno da difusão consiste no caminhamento de átomos através do reticulado
cristalino. Em temperaturas elevadas, os átomos oscilam em torno de suas posições
de equilíbrio. Com isto o C pode saltar por entre dois átomos de ferro vizinhos.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ RECOZIMENTO
– Dar ao material um estado muito próximo ao do equilíbrio químico-estrutural.
– Quando um metal é deformado a frio (encruamento), ocorre uma deformação
cristalina, com consideráveis alterações nas suas propriedades mecânicas.
– Aquecimento vibração maior dos átomos posição de equilíbrio.
◆ Objetivos
– Regularizar a estrutura bruta de fusão (maior homogeneidade);
– Melhorar a ductilidade e usinabilidade;
– Eliminar tensões provenientes de operações mecânicas anteriores;
– Eliminar tratamentos térmicos ou mecânicos anteriores.
◆ No recozimento o resfriamento é bastante lento (forno, velocidade controlada)
◆ Este tratamento compreende de três estágios principais
– Recuperação, Recristalização e Crescimento de Grão
◆ Microestrutura
– Ferrita(α ), Perlita(P) e Cementita (Fe3C)
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ Recozimento de Homogeneização (Difusão)
– Objetivo: estrutura mais homogênea através da difusão dos elementos de liga
– Temperatura: 1050 a 1200ºC Temperatura Difusão
– Tempo: composição química e dimensões da peça [2 a 45h ou + (Cr,Ni,Mo,W)]
– Temperatura alta e Tempo longo Tamanho de Grão (Normalização)
◆ Recozimento de Globulização (Esferoidização) (Coalescimento)
– Objetivo: estrutura globular (facilitar a usinagem)
– Temperatura: 680 a 740ºC (dependendo da composição química)
– Tempo: composição química
◆ Recozimento de Alívio de Tensões
– Objetivo: eliminar tensões de trabalhos a quente ou a frio, cortes, desbastes, etc
– Temperatura: 500 a 650ºC (resfriamento bastante lento)
– Peças com tendência a se deformar na têmpera, deverão ser submetidas, após
desbaste ou imediatamente antes do acabamento, ao alívio de tensões. As
tensões podem conduzir a certas deformações ou a fraturas de têmpera.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ Recozimento Pleno
– Objetivo: amolecer o aço e regenerar sua microestrutura, apagando tratamentos térmicos
anteriores
– Temperatura: função da composição química
» Aços Hipo e Eutetóides 50ºC acima do limite superior da zona crítica
» Aços Hipereutetóides 50ºC acima do limite inferior da zona crítica
– Tempo: - necessário para permitir a difusão do C e dos elementos de liga
- em aços comuns é recomendado 20min/cm de
espessura da peça
◆ Alguns Cuidados
– Controle do tempo e da temperatura ( T.G. e Queima do aço);
– Aquecimento homogêneo em toda a peça, para evitar distorções por dilatação pelo
aquecimento e mudança de fases;
– Deve-se colocar no forno frio e ir aquecendo;
– Controlar a atmosfera do forno (evitar oxidação e descarbonetação superficial);
– Peças grandes podem ser resfriadas ao ar parado se a composição permitir.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ NORMALIZAÇÃO
– Consiste em se aquecer o aço a temperaturas acima do limite superior da zona
crítica seguido de resfriamento, geralmente ao ar.
– A temp. é de 30 ºC acima da temp. de recozimento para aços hipo e eutetóides.
Para aços hipereutetóides, é de 50 ºC acima do limite superior da zona crítica.
◆ Objetivos
– Uniformizar e refinar a estrutura;
– Pré tratamento para a têmpera.
◆ Microestrutura
– Aços hipoeutetóides perlita fina + ferrita;
– Aços eutetóides perlita fina;
– Aços hipereutetóides perlita fina + carbonetos dispersos.
◆ Forma lamelas de perlita mais finas. Elas se formam pela migração (difusão)
do C. Esta difusão exige tempo e a espessura das lamelas depende da veloc. de
resfriamento, ou seja, tanto mais finas quanto maior for esta velocidade.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
◆ Propriedades da Normalização em Relação ao Recozimento
NORMALIZADO RECOZIDO
L. E. R. T. Along. Estric. Durez L. E. R. T. Along. Estric. Durez
%C (MPa) (MPa) (%) (%) (HB) (MPa) (MPa) (%) (%) (HB)
0,01 180 315 45 71 90 125 290 47 71 90
0,20 315 450 35 60 120 250 410 27 64 115
0,40 355 595 27 43 165 310 525 30 48 145
0,60 420 765 19 28 220 345 670 23 33 190
0,80 490 940 13 18 280 365 805 15 22 220
1,00 700 1065 7 11 295 355 755 22 26 195
1,20 700 1070 3 6 315 355 715 24 39 200
1,40 670 1035 1 3 360 350 690 19 25 215

◆ É utilizado em peças fundidas ou forjadas para regularizar sua estrutura.


◆ É um tratamento típico de aços até‚ 0,5%C. Aços com 0,2 a 0,3%, depois de
normalizados, não sofrem qualquer tratamento posterior.
◆ Para teores de C mais elevados, utiliza-se a normalização como um tratamento
pré-têmpera, pois a granulação mais fina obtida, diminui os perigos da têmpera.
INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO
NAS TRANSFORMAÇÕES DA AUSTENITA
- CURVAS TTT -
◆ As transformações das fases sólidas, são dependentes do tempo. A maioria destas
transformações se baseia na difusão.
◆ Na maioria dos processos industriais a velocidade de queda de temperatura após a
fabricação é tal que mantém a liga em condições de equilíbrio de fases.
Frequentemente, quando se atinge a temperatura ambiente, a energia térmica do
sistema é muito baixa para provocar uma transformação de fase.
◆ Nestas condições, as estruturas de não equilíbrio, por ventura existentes são
retidas, a não ser que seja aplicado outro tratamento térmico.
◆ Comportamento do aço eutetóide resfriado a temperaturas variadas.
– Baixas Velocidades Perlita Grossa
– Médias Velocidades Perlita Fina ou Bainita
– Altas Velocidades Martensita
◆ As relações entre a temperatura que ocorre a transformação da γ e a estrutura e
propriedades das fases produzidas, com o tempo, podem ser analisadas com
referência no diagrama Tempo-Temperatura-Transformação (TTT).
INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO
NAS TRANSFORMAÇÕES DA AUSTENITA
- CURVAS TTT -
◆ Diagramas TTT relacionam a temperatura na qual está ocorrendo a transformação da
austenita, com o tempo necessário para a transformação, bem como com o tipo de
estrutura que se forma na temperatura em questão.
◆ A martensita começa a aparecer abaixo de uma determinada temperatura. Esta
transformação é instantânea (ocorre por cisalhamento, sem difusão). Para cada temp.
de transformação se processa uma determinada % de γ . Para ser aumentada a
quantidade de martensita formada da austenita, a temperatura deve ser abaixada.
◆ MÉTODO DE CONFECÇÃO DO DIAGRAMA TTT
◆ CURVAS TTT x CURVAS CCT
◆ No diagrama TTT, as transformações se processam à temperatura constante.
◆ Na prática, os resfriamentos das peças não são isotérmicos, existindo sempre uma
velocidade de resfriamento que pode ser representada por uma curva contínua. A
estrutura obtida em uma transformação isotérmica, é uniforme, pois os fenômenos de
nucleação, crescimento de grãos e difusão, ocorrem a uma mesma temperatura. No
resfriamento contínuo, a estrutura final é uma mistura de estruturas, cada uma obtida
em níveis de temperatura diferentes, à exceção da curva com resfriamento menor que
a velocidade crítica para a transformação martensítica.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- TÊMPERA -
◆ A velocidade de resfriamento influencia na transformação da austenita.
◆ Aço eutetóide velocidades de resfriamento baixas Perlita grossa.
◆ Veloc. Resf. cementita + fina difusão sem longas migrações.
◆ De início, lamelas de carboneto mais finas (perlita fina), depois somente carbonetos
puntiformes (bainita) e finalmente nenhum carboneto além de vestígios, mas uma
solução supersaturada de carbono (martensita).
◆ Com as estruturas perlita fina, bainita e martensita, nos afastamos gradualmente do
equilíbrio e alcançamos com isso, um considerável aumento de dureza.
DBI > DBS > DPF > DPG (diminuição do espaçamento entre as partículas de carbonetos).
◆ A têmpera oferece maior endurecibilidade, cujo produto de transformação é a
martensita [solução supersaturada de C, alta densidade de defeitos-discordâncias (ou
interfaces de maclas) que impedem a deformação subsequente do material].
◆ Algumas propriedades da martensita:
- Se forma por escorregamento e cisalhamento de certos planos, ocorre então
sem difusão e portanto, rapidamente (1000 m/s);
- Dureza : 50 a 68 HRc;
- Resistência: 170 a 250 kg/mm2; - Alongamento: 0,5% a 2,5%.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- TÊMPERA -
FORMAÇÃO DA MARTENSITA
◆ No resfriamento, a tendência de transformação da γ fria é tão grande, que a rede
espacial começa a mudar de estrutura, os átomos de C dissolvidos na rede cfc não
cabem nos interstícios menores da rede ccc, e realmente chegam a separar os átomos
da célula elementar, de maneira que ela fica deformada tetragonalmente.
◆ Quanto maior a %C maior a deformação maior dureza.
MORFOLOGIA DA MARTENSITA
◆ A martensita apresenta morfologias distintas nos aços de alto e baixo C.
» Forma de Ripas (Lath): ripas que se apresentam em feixes;
» Forma de Placas (Plate): plaquetas ou na forma lenticular (acicular).
AUSTENITA RETIDA
◆ O aumento da %C as temperaturas Ms e Mf % γ retida.
TEMPERATURAS DE AQUECIMENTO
◆ Aços hipoeutetóides, busca-se estrutura totalmente austenítica. (> Z.C.);
◆ Aços hipereutetóides, 50 ºC > limite inferior da Z.C., igual se aquecesse acima dela.
Só interessa, transformar a perlita em austenita, já que a cementita é mais dura que a
martensita, podendo a cementita ficar junto com a martensita.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- TÊMPERA -
TEMPO
◆ O tempo depende de vários fatores: Composição química, dimensão da peça, etc.
» Aço sem liga ou de baixa liga: 5 min/10mm de espessura;
» Aços média liga : 7 min/10mm de espessura;
» Aços alta liga : 10 min/10mm de espessura.
◆ O resfriamento rápido é feito normalmente em água, óleo, banho de sal ou ainda ao ar.
ALGUNS CUIDADOS DURANTE O AQUECIMENTO
◆ Aquecimento lento (evitar tensões devido às diferenças de temperatura);
◆ A peça dever também ocupar 1/3 do volume total do forno.
◆ Há que se cuidar também da atmosfera do forno (descarbonetação ou oxidação).
ERROS COMETIDOS NA TEMPERA
◆ Dureza insuficiente ou não homogênea: Temp. insuficiente ou muito alta; Aquecimento irregular;
Tempo longo; Descarbonetação superficial; Zonas moles (bolhas de vapor); etc.
◆ Fraturas na têmpera: Aquecimento irregular; Meio de têmpera pouco severo; Introdução da peça
fria no forno quente; etc.
◆ Deformação: Grandes variações da seção da peça; Aquecimento rápido; Ausência de um
recozimento de alívio de tensões; etc.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- TEMPERABILIDADE -
◆ É a suscetibilidade que o aço tem de desenvolver uma estrutura martensítica.
◆ A temperabilidade é medida pela profundidade (penetração) de têmpera.
◆ Uma peça é considerada temperada, quando a microestrutura de seu núcleo contiver
quantidade de martensita igual ou superior a 50%.
FATORES QUE INFLUEM NA TEMPERABILIDADE
◆ Deslocam as curvas TTT para a direita o aço se torna mais temperável.
– Tamanho de Grão: T.G. curvas para direita temperabilidade.
– Homog. da Austenita: heterogeneidade tx nucleação temperab.
– Temp. de Austenitização: temp. aust. homogen. temperab.
– Composição Química: eletos de liga deslocam as curvas para direita (exc. Co).
MEDIDAS DE TEMPERABILIDADE
◆ Curvas em U: variação da dureza ao longo do raio (da periferia ao centro);
◆ Diâmetro Crítico Ideal: a partir de um certo diâmetro o núcleo não se tempera;
◆ Ensaio Jominy: num único cp se obtém várias velocidades de resfriamento.

MEIOS DE TÊMPERA E ESTÁGIOS DE RESFRIAMENTO


TRATAMENTOS TÉRMICOS
- REVENIDO -
◆ Os aços depois da têmpera ficam geralmente duros e frágeis para o uso a que
vão ser destinados. Através do tratamento térmico de revenido, é possível
corrigir em parte estes inconvenientes.
◆ O objetivo deste tratamento é modificar os efeitos da têmpera, diminuindo a
dureza e resistência, aumentando a tenacidade e eliminando também as tensões
internas que existem nos aços temperados.
◆ Consiste em aquecer o aço a uma temperatura mais baixa que a crítica inferior
(temperatura do eutetóide), esfriando-se geralmente ao ar, em água ou óleo.
◆ As variações de dureza são função do tempo e da temperatura do revenimento.
Em geral, nos primeiros minutos de revenimento a perda de dureza é acentuada,
porém a partir de 2 horas de revenimento, a perda de dureza não é expressiva.
◆ Então, se desejamos diminuir a dureza do aço, seria mais conveniente aumentar
a temperatura, do que mantê-lo numa temperatura inferior por um tempo mais
longo.
TRATAMENTOS TÉRMICOS - REVENIDO
ETAPAS DO REVENIDO
1a ETAPA:
◆ Se processa a temperaturas abaixo de 300ºC (100/150ºC a 200/250ºC). Chamado
de alívio de tensões (não se detectam mudanças estruturais na observação por
microscopia ótica), embora a tenacidade aumente.
◆ A martensita perde carbono. Para aços com teores de C > 0,25%, ocorre a
precipitação de um carbono metaestável, hexagonal compacto, o carboneto ε .
◆ Esta precipitação acarreta um certo aumento de dureza, no caso de aços com alto
teor de C, pelo mecanismo de endurecimento por precipitação.
◆ Para aços com % de C < 0,25%, ocorre a difusão do C na martensita.
◆ A precipitação de carbonetos provoca uma perda importante de C na martensita,
que ao final desta etapa fica aproximadamente com 0,25%, perdendo parcialmente
sua tetragonalidade e se transformando numa rede cúbica.
2a ETAPA
◆ Ocorre em faixas de temperaturas aproximadamente entre 200 e 350ºC.
◆ Nesta etapa, a austenita decompõe-se, transformando-se em martensita (bainita).
◆ Esta reação é mais importante em aços com altos teores de C ou elementos de liga,
onde o teor de austenita retida é muito alto.
TRATAMENTOS TÉRMICOS - REVENIDO
ETAPAS DO REVENIDO
3a ETAPA
◆ Precipitação da cementita ortorrômbica em forma de bastonetes ou agulhas, e a
martensita perde a sua tetragonalidade, transformando-se em ferrita encruada.
◆ Embora possa ocorrer em temperaturas mais baixas, esta precipitação ocorre
entre 200 e 330ºC. À medida que as partículas de cementita crescem, as de
carbonetos vão desaparecendo gradualmente.
◆ Entre 400 e 600ºC a, cementita tende a se esferoidizar, ficando em grande parte
globular e perdendo a coerência com a matriz.
◆ Acima de 600ºC, a matriz recristaliza com a formação de novos grãos ferríticos
e, simultaneamente o engrossamento dos carbonetos.
◆ A continuação do processo é um coalescimento contínuo das partículas de
cementita e um gradual crescimento de grãos ferríticos. Esta estrutura é típica
também do recozimento de globulização.
◆ Os aços ligados, como por exemplo, os aços ferramenta, apresentam ainda uma
4a etapa, o endurecimento secundário, causado pela precipitação de outros
carbonetos.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- REVENIDO -
FRAGILIDADE DO REVENIDO
◆ O objetivo do revenido dos aços‚ é aumentar a tenacidade. Entretanto, em alguns
casos, o revenido pode ter efeito contrário, fragilizando o material.
◆ Entre 230 e 370ºC, em alguns aços, se observa uma diminuição da tenacidade.
◆ Embora a estrutura apresente um certo amolecimento, não apresenta, como era de se
esperar, um aumento da tenacidade, mas sim uma diminuição.
◆ O fenômeno é devido à morfologia da cementita precipitada nestas temperaturas,
quando esta forma uma rede ou película que envolve as agulhas de martensita.
◆ O Si elimina esta fragilidade (atrasa a 3a etapa do revenido, aumentando o campo onde
o carboneto é estável, inibindo assim o início de precipitação da cementita.)
◆ Outro tipo de fragilidade, chamada de fragilidade de Krupp, se apresenta quando os
aços são mantidos por algum tempo, ou resfriados lentamente em temperaturas
compreendidas entre 400 e 550ºC. Esta fragilidade causa uma descoesão dos grãos e
está relacionada com a presença de impurezas no aço.Estas impurezas segregam-se
próximo dos contornos dos grãos durante a austenitização.
◆ A adição de Mo (de 0,15 a 0,5%) é muito efetiva para evitar tal fragilidade.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- TRATAMENTOS SUPERFICIAIS -
TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
◆ Objetivo: aumento da dureza e resistência ao desgaste superficial dos aços,
mantendo seu núcleo dúctil e tenaz, atendendo ao que certos mecanismos impõem,
de peças que sofram simultaneamente: desgaste e ou choques.
◆ O aumento da dureza se dá através da penetração no aço, de elementos que se
combinam, modificando parcialmente a composição química.
◆ Tipos:

» Cementação - o carbono (C)


» Nitretação - o nitrogênio (N2)
» Carbonitretação - o carbono (C) + nitrogênio (N2)
» Boretação - o boro (B)
CEMENTAÇÃO
◆ Consiste basicamente em se aumentar o teor de carbono da superfície das peças de
aço, rodeando-as com um meio carburante e mantendo o conjunto, durante certo
tempo, à elevada temperatura.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
- TRATAMENTOS SUPERFICIAIS -
◆ A cementação pode ser sólida, líquida ou gasosa. Em qualquer dos casos, para que
a absorção do C se dê com facilidade, é necessário que o aço se encontre no estado
austenítico. Temperaturas normais usadas no processo (900 a 950ºC).
◆ Absorção do C aumenta com a temperatura. A ll45ºC, o aço absorve até‚ 1,7%C.
◆ Quando a temperatura se encontra em faixas mais baixas, por exo 720ºC, o ferro se
encontra no estado ccc, sendo que sua capacidade de absorção é muito baixa.
Camada Cementada
◆ Considera-se como camada cementada, a zona periférica da peça que fica com teor
de C superior à do aço original. Esta camada após sofrer tratamento térmico, fica
com dureza superior a 58-60 RC, correspondendo à % de C da ordem de 0,8 a 0,9.
◆ As espessuras das camadas cementadas que normalmente se empregam em peças de
máquinas e motores, podem ser agrupadas em:
– FINAS: espessura < 0,5mm (peças pequenas de aço C; cementação líquida e as peças são
temperadas diretamente a partir da temperatura de cementação).
– MÉDIAS: São as mais comuns. A espessura varia de 0,5 a l,5mm.Nestes casos, pode-se
empregar a cementação sólida, líquida ou gasosa.
– GRANDES: São consideradas grandes espessuras > l,5mm (cementação sólida).
TRATAMENTOS TÉRMICOS
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Penetração e distribuição do carbono
◆ A quantidade e distribuição do C absorvido pelas peças, depende:
» Da composição do aço submetido à cementação;
» Da natureza da substância cementante;
» Da temperatura e da duração da cementação.
Cementação Sólida
◆ Utilizam-se, caixas metálicas, de aços-liga resistentes ao calor, no interior das quais são
colocadas as peças juntamente com o cementante sólido, normalmente constituído de carvão
vegetal com cerca de 5 a 20% de substâncias ativadoras (carbonato de sódio, K, Ca, etc). Esta
mistura é aglomerada com uma solução de óleo comum ou de linhaça.
◆ As reações que ocorrem durante o processo, são as seguintes:
2C + O2 2CO A função do carbonato é catalizar a
2CO C + CO2 reação (aumentar a velocidade):
BaCO3 + calor BaO + CO2
C + 3Fe Fe3C CO2 2CO
◆ Estas reações vistas acima, são reversíveis. Então, aumentando-se a taxa de CO2, a
reação torna-se de descarbonetação da superfície. Espessura > 0,6 mm.
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Cementação Gasosa
◆ Utilizam-se em geral, dois tipos de gases, o gás veículo e o gás cementante. Os gases
veículos são: N2, CO, CO2, H2 e CH4 ou mistura deles. Sua função é a de arrastar para
dentro do forno, o gás carbonetante. Os gases cementantes mais usados são: o gás
natural (CH4), o propano (C3H8) ou uma mistura de ambos.
◆ Neste processo mantendo-se as peças de 1 a 8 h em atmosfera carburante em
temperaturas de 850 a 950ºC, se obtém camadas cementadas de 0,2 a l,5mm.
Cementação Líquida
◆ A cementação em meio líquido é obtida por uma mistura de sais fundidos, onde o
elemento ativo é o cianeto ou cianureto de sódio. Outros sais são adicionados (cloretos e
carbonatos alcalinos) para diluir o cianeto ou para ativar as reações.
◆ Reações envolvidas: 2Na(CN) BaCl2 Ba(CN)2 + NaCl
Ba(CN)2 + 3Fe C (no ferro) + BaCN2
◆ Os sais que se utilizam para a cementação dos aços, podem ser classificados em grupos,
em função da espessura da camada.
– Camadas de pequena espessura, de 0,08 a 0,8mm (baixa temperatura: 840 a 900ºC).
– Camadas de grande espessura, de 3mm (alta temperatura: 900 a 955ºC).
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Aços para cementar
◆ Aços com carbono na faixa de 0,08 a 0,25% se prestam à cementação.
◆ O baixo carbono é porque a difusão é mais rápida e principalmente porque, núcleo de
baixo C significa boa tenacidade e resistência ao choque das peças.
◆ Se desejar uma resistência do núcleo mais elevada, pode-se optar por uma maior
porcentagem de C, em torno de 0,3% e principalmente com elementos de liga, de tal
modo a proporcionar, após tratamento térmico, martensita revenida no núcleo.
◆ Em geral, a escolha do aço para a confecção de uma peça a ser cementada, será feita
pelo meio de têmpera, que pode ser empregado para a peça (tamanho/forma) e pelas
propriedades desejadas no núcleo cementado. Estes fatores são influenciados pelo
teor de C e pelo teor dos diferentes elementos de liga.
◆ Deve-se preferir um aço com granulação fina que exige normalmente uma única
operação de têmpera, que, em muitos casos, pode ser realizada diretamente da
temperatura de cementação.
◆ Por este motivo e para facilitar a usinagem prévia das peças, estas são normalmente
normalizadas.
◆ Após a cementação, as peças só podem ser retificadas.

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