INTRODUÇÃO: Segundo BARRACLOUGH (1995) o homem começou no Oriente Próximo (Afeganistão, Síria, Iraque, Turquia, etc) a agricultura, aproximadamente em 9000 a.C., com o plantio de cereais (trigo, cevada, ervilhas), nesta época o homem cultivava o solo para o plantio com galhos de árvores tracionados por ele mesmo (SILVEIRA, 2001). Aproximadamente em 5000 a.C., na Ásia e Oriente Próximo, o homem começou a utilizar arados rudimentares de madeira e tração animal (BARRACLOUGH, 1995), era o início da mecanização por implementos e potência animal. INTRODUÇÃO:
Os chineses no ano 0 d.c. fabricaram a primeira
ferramenta de preparo de solo de ferro, uma enxada. Os romanos tomaram esta idéia e desenvolveram a primeira aiveca de ferro do mundo nesta época (McKyes, 1985). Os implementos de preparo de solo como os conhecemos hoje apareceram por volta do ano de 1700 na Holanda (McKyes, 1985). Em 1830 John Deere desenvolveu a primeira aiveca de aço auto-limpante do mundo. A partir de 1860 começaram a surgir implementos de preparo de solo tracionados por tratores a vapor, e a partir de 1892 surgiram os primeiros arados tracionados por um trator com motor de combustão interna (McKyes). INTRODUÇÃO:
O preparo do solo pode ser definido como a
manipulação mecânica do solo para qualquer propósito. Para fins agrícolas o preparo do solo tem os seguintes objetivos: 1- Desenvolver uma estrutura do solo adequada para a cama de sementes e ou cama de raízes; 2- Controlar as plantas daninhas, e remover plantas indesejadas; 3- Manejo de resíduos de plantas; 4- Minimizar a erosão do solo; 5- Estabelecer configurações de superfícies específicas para plantio, irrigação, drenagem, e operações de colheita; 6- Incorporar fertilizantes, corretivos, e defensivos; 7- Realizar desagregação de rochas e raízes. INTRODUÇÃO:
A ASAE (1997), padronizou a terminologia para tipos de sistemas de
preparo de solo: 1- Cultivo convencional, operações tradicionalmente desempenhadas para o preparo da cama de semente; 2- Cultivo mínimo, manipulação do solo somente o necessário para a produção, ou para atingir requerimentos mínimos de condições do solo; 3- Cultivo “mulch”, superfície do solo totalmente recoberta por resíduos vegetais; 4- Plantio direto, plantio diretamente sob superfície do solo sem distúrbio; 5- Cultivo ótimo, preparo de solo idealizado, onde é maximizado o retorno líquido da produção sob determinadas condições; 6- Cultivo conservacionista, qualquer preparo de solo, ou plantio que mantém no mínimo 30% da cobertura de resíduos sobre a superfície do solo; 7- Cultivo reduzido, sistema de preparo que consiste em poucas operações ou de menor intensidade energética do que o preparo convencional; 8- Cultivo em faixas, sistema em que somente 30% ou menos da área é preparada; 9- Cultivo por camalhões, sistema em que são formados camalhões mantidos anualmente e onde o plantio é realizado sobre estes; 10- Cultivo por reservatórios, sistema em que grande número de depressões ou reservatórios são formados para segurarem a água da chuva e de irrigação. INTRODUÇÃO:
No Brasil os principais tipos de sistemas de preparo
de solo são: 1-Preparo Convencional; 2-Preparo Conservacionista; 3-Plantio Direto; PREPARO CONVENCIONAL: Segundo a ASAE (1997), o preparo periódico do solo convencional é dividido em: 1- Preparo primário; 2- Preparo secundário. O preparo primário são as operações que que tem maior trabalho inicial no solo, normalmente projetadas para reduzir o esforço do solo, cobrir restos vegetais, e rearranjar agregados. O preparo secundário são qualquer operações seguintes ao preparo primário, projetadas para refinar as condições do solo antes do plantio, para criar uma configuração de superfície específica, ou controle de plantas daninhas. PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Primário: Arado de aivecas; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Primário: Arado de discos; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Primário: Arado reversível – pode ser de aivecas ou de disco; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Primário: Grade Aradora; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Primário: Arado Gradeador; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Grade niveladora de molas; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Grade niveladora de dentes; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Grade niveladora de discos; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Rolo destorroador; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Plaina; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Enxadas rotativas – horizontal ou vertical;
Enxada Rotativa Enxada Rotativa
Horizontal Vertical PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Sulcadores ou riscadores; PREPARO CONVENCIONAL: Preparo Secundário: Roçadoras – montadas ou de arraste;
Roçadora Montada Roçadora de Arraste
PREPARO PERIÓDICO CONSERVACIONISTA: Terraceador; PREPARO PERIÓDICO CONSERVACIONISTA: Escarificador; PREPARO PERIÓDICO CONSERVACIONISTA: Subsolador; PLANTIO DIRETO Segundo o site da EMBRAPA (2000), o plantio direto se caracteriza por três parâmetros principais: 1-Não revolvimento do solo; 2-Cobertura da superfície do solo por resíduos vegetais (palha); 3-Adoção de rotação de culturas. Segundo GOMES (1993) para se implantar o sistema de plantio direto deve-se adotar as seguintes práticas: 1-Sistematizar a área: Eliminar valetas, sulcos e fazer curvas em nível; 2-Manejar o solo: Descompactar a área, corrigir a acidez e incorporar adubos; 3- Planejar a rotação de culturas na área; 4-Manejar as os restos das culturas: culturas destinadas a grãos, culturas para pastoreio e culturas para cobertura vegetal. PLANTIO DIRETO O plantio direto no Brasil somente foi viabilizado através do barateamento dos herbicidas adotados. Em certas regiões do Brasil (sul e algumas partes do sudeste) pode ser adotado sem restrições, havendo plantios que há mais de 30 anos não sofrem uma operação de preparo de solo. Mas em regiões onde ocorrem temperaturas muito altas e ou grandes índices pluviométricos (norte e centro-oeste), deve- se tomar cuidado com os paradigmas!!! Em regiões apropriadas para a mecanização de grande porte (JD STS, JD 8420, transbordos de 14 toneladas, etc), deve-se tomar cuidado com os níveis de compactação da área, sendo não raro a necessidade de revolvimento do solo após 3 anos. Existe uma grande controvérsia científica ainda não resolvida, sobre a necessidade de incorporação de calcáreo/gesso e fósforo (P). PLANTIO DIRETO
Plantio direto de soja no sul do Paraná. Observe na
entrelinha a palha do trigo (cultivada da soja) protegendo a superfície do solo (EMBRAPA, 2000). PLANTIO DIRETO