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AULA 1

GESTÃO E LIDERANÇA DE
PESSOAS EM AMBIENTES
COMPETITIVOS

Prof. Kleberson Massaro Rodrigues


TEMA 1 – MERCADO DE TRABALHO: ONTEM E HOJE

Indiscutivelmente, houve muitas transformações no mundo do trabalho.


Tanto pela influência do desenvolvimento tecnológico, quanto pelo
desenvolvimento das pessoas, nas mais diversas áreas, o mercado de trabalho
se transformou, se transforma e se transformará. Em função dessas
transformações, o escritor Harari (2018, p. 40), em seu livro 21 lições para o século
21, de maneira provocativa, coloca ao tema “trabalho” um subtítulo que no mínimo
nos faz pensar: “Quando você crescer, talvez não tenha um emprego” (Harari,
2018, p. 40).
Será? É possível.
Sempre houve uma crença de que quanto mais tecnologicamente
desenvolvido fosse um país, mais qualidade de vida as pessoas teriam. Essa foi
uma das grandes promessas da tecnologia. De fato, houve inúmeros avanços,
mas também aumentaram as distâncias sociais. No mundo do trabalho, essa
crença também não foi diferente. Esses avanços trouxeram e trarão muitas
discussões. Se, por um lado, muitos acreditam que o desenvolvimento trará um
grande volume de desemprego para muitos, por outro lado pode gerar novos
empregos e maior qualidade de vida aos a todos os que estão no mercado de
trabalho.
Por exemplo, na época em que os automóveis começaram a ganhar
popularidade e a serem colocados em grande volume para a circulação nas ruas,
muitas pessoas que trabalhavam com as carroças de cavalos ficaram obsoletas.
Pensemos em quantos ferreiros perderam seus empregos. Quantos artesãos que
trabalhavam com rodas de carroça ficaram desesperados com a diminuição deste
tipo de meio de transporte e, consequentemente, com a demanda de produção
artesanal diminuindo.
Contudo, enquanto muitos paralisaram suas atividades por medo ou pelo
desemprego, muitos se tornaram essenciais justamente por serem os melhores
ferreiros e artesãos, por serem especialistas. E tantos outros foram buscar
desenvolvimento e tornaram-se borracheiros, mecânicos, estofadores de bancos
de automóveis, especialistas em elétrica e em várias outras especialidades. E isso
se deu em todos os demais campos de trabalho.

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Crédito: Charles Kerry-CC/PD.

No passado, as máquinas competiram com humanos principalmente em


habilidades físicas, enquanto os humanos se mantiveram à frente das
máquinas em capacidade cognitiva. Por isso, quando trabalhos manuais
na agricultura e na indústria foram automatizados, surgiram novos
trabalhos no setor de serviços que requeriam o tipo de habilidade
cognitiva que só os humanos possuíam: aprender, analisar, comunicar.
(Harari, 2018)

É importante considerar que em cada época as características das relações


entre organizações e a relação delas com os trabalhadores eram distintas.
Segundo Chiavenato, ao longo do século XX, houve três eras organizacionais
distintas e que marcam distintamente suas características.
A Era da Industrialização Clássica, após a tão conhecida Revolução
Industrial, até meados de 1950, é responsável por cunhar a característica da
verticalização e pirâmide hierárquica nas quais conhecemos até os dias de hoje.
A centralização das decisões a partir do topo da pirâmide, relação chefe-
empregado, excesso de burocracia, departamentalização de cada função e a
padronização de atividades e comportamento das pessoas, dentre outras, eram
suas principais características.

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Crédito: Septian/Adobe Stock.

Na Era da Industrialização Neoclássica, entre 1950 e 1990, a característica


das relações no mundo do trabalho ocorreram de maneira mais célere,
principalmente até a Segunda Guerra Mundial. A competição entre as
organizações, a maneira na qual passaram a se organizar em termos de gestão
de recursos humanos, de processos, de projetos e de gestão financeiras,
modificaram-se. Nesse momento, as Ciências Sociais contribuíram para a
mudança de várias teorias que acabaram por influenciar as relações no mundo do
trabalho e, consequentemente, novos modelos organizacionais foram
influenciando muitos estudos. A gestão teve de ser menos centralizada, uma vez
que teve de acompanhar as rápidas mudanças que a sociedade passou a
demandar. A estrutura organizacional passou a ser matricial para atender às
diversas demandas dos clientes e foi, paulatinamente, reorganizando a antiga
forma verticalizada da gestão, sendo mais orgânica para as mudanças e as
inovações necessárias.

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A última Era, conhecida como Era da Informação, iniciada a partir da
Década de 90, traz características em um mundo marcado por mudanças
altamente rápidas e incertas, com alto grau de imprevisibilidade, apresentando
índice forte de complexidade e por altas doses de ambiguidade. Além disso, a
competitividade passou a ser intensa exigindo das organizações uma estrutura
que passasse a se adequar às novas tendências do mercado. Os cargos se
tornam mais flexíveis, mais generalistas e as organizações tiveram de ser mais
ágeis, interconectadas, mais simples e muito mais orgânica.

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Créditos: foxaon1987/Shutterstock.

Tendo passado rapidamente pela história do mercado de trabalho, tivemos


a oportunidade de perceber as grandes transformações e desafios que as
organizações e pessoas passaram, passam e ainda passarão. Estas mudanças
imputaram nas pessoas necessidades específicas para que pudessem se
desenvolver e se tornarem aptas ao mercado de trabalho em cada época.
Esse desafio será cada vez mais necessário, e a capacidade de
desaprender e a de aprender a aprender sempre é algo necessário, urgente e que
não voltará mais atrás, mesmo porque a realidade da Inteligência Artificial está
modificando algo que era exclusivamente uma capacidade humana: a habilidade
de identificar, reconhecer e analisar emoções.

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Já pensou o quanto isso pode tornar obsoletos ou, ao mesmo tempo,
empregáveis os seres humanos em inúmeros empregos, cargos, funções em
diversas áreas no mundo do trabalho?
Abordaremos, no próximo tópico, o perfil necessário para que o profissional
na atualidade permaneça sempre apto a trabalhar em organizações inseridas em
um mercado cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. Não podemos
garantir emprego vitalício, mas podemos estudar e aprender que o nosso
desenvolvimento é sempre necessário para que tenhamos cada vez mais
experiências significativas. Quem ganha, sempre, é a própria pessoa e,
consequentemente, a sociedade.

TEMA 2 – PERFIL DO PROFISSIONAL DA ATUALIDADE

Para ser possível compreender o perfil do profissional da atualidade, é


necessário perceber as tendências do mercado de trabalho no mundo, pois, como
sabemos, vivemos em um mundo globalizado que nos provoca a uma série de
transformações que impactam culturas, comportamentos e hábitos que acabam
por influências as organizações e os profissionais que nela trabalham, como
pudemos compreender no tópico anterior.

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Aprofundando nossos conhecimentos sobre o tema, Chiavenato (2004, p.
175) aponta as seguintes tendências para o mercado de trabalho no mundo, no
seguinte quadro:

1. Redução do nível de emprego industrial:


a) Produção industrial maior e com menos pessoas, através de novas tecnologias e
processos.
b) Oferta de emprego e expansão no setor de serviços.
c) Migração do emprego industrial para o emprego terciário.
2. Gradativa sofisticação do emprego:
a) Trabalho industrial cada vez mais mental e cada vez menos braçal.
b) Aporte da tecnologia da informação na indústria.
c) Maior automatização e robotização dos processos industriais.
3. Conhecimento como recurso mais importante:
a) Capital financeiro é importante, mas ainda mais importante é o conhecimento de
como aplicá-lo e rentabilizá-lo.
b) Conhecimento é novidade, é inovação, é criatividade, é a mola mestra da mudança.
4. Tendência à globalização:
a) Globalização da economia e criação de uma aldeia global.
b) Globalização do mercado de trabalho, cada vez mais mundial e cada vez menos
local.

Mediante uma simples discussão sobre as quatro tendências, do quadro


acima, podemos vincular as necessárias e atuais competências (conhecimentos,
habilidades e atitudes) necessárias para a compreensão e o entendimento do
perfil dos profissionais na atualidade.
Realize o seguinte exercício: para cada tendência, aponte ações
necessárias para que você “equalize” o seu perfil profissional a cada uma delas.
É fácil identificarmos que hoje são necessários conhecimentos,
habilidades, atitudes, valores e propósito pessoal para estarmos sempre
atualizados a fim de garantirmos nossa empregabilidade.
Diante da tendência de redução do nível de emprego industrial, nós
devemos perceber que, se por um lado, podemos buscar maior especialidade
técnica em uma função para manter a nossa sobrevivência na indústria devido à
diminuição de pessoas, dado o aumento do uso de novas tecnologias. Por outro
lado, podemos melhorar nosso relacionamento pessoal, pois será fundamental
em empregos vinculados à prestação de serviços, que é o ramo que promete um
grande e vertiginoso crescimento.

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Diante da gradativa sofisticação, o emprego aponta para um mercado de
trabalho menos braçal e mais mental. Para isso, temos de estar atentos a
quaisquer oportunidades de aprender novas coisas. Estamos abertos ao novo,
sendo mais flexíveis a aprender novas tarefas e novos processos.
Como uma das tendências é o conhecimento como recurso mais
importante, não basta estarmos abertos e sermos mais flexíveis se não termos a
atitude de irmos em busca de uma aprendizagem contínua, sempre ao longo de
toda a vida. Hoje, não existe mais a ideia de que uma pessoa que aprendeu uma
coisa, num determinado emprego, desempenhará tal função por tantos anos até
sua aposentadoria. Devemos compreender que aprendemos de maneira formal,
como estamos fazendo neste curso, por meio do estudo, da leitura de livros, da
discussão de temas relevantes; aprendemos trocando ideia com outras pessoas
mais ou menos experientes que nós; e aprendemos realizando uma nova e
diferente atividade profissional. Por isso, esteja sempre aberto e sempre tenha a
atitude em aprender algo.
Aprender sempre, ao longo de toda a vida, é o novo imperativo para
aqueles que quiserem se manter empregáveis.
Finalmente, a tendência à globalização. Hoje, inclusive por conta da
pandemia, percebemos essa tendência de maneira muito evidente. Muitas
pessoas que saiam de casa para ir ao trabalho em outro bairro da sua própria
cidade já ficam em casa e trabalham para uma empresa que pode estar em outro
Estado ou em qualquer cidade de qualquer país do mundo.
O mundo, em sua atual realidade, se apresenta cada vez mais
universalizado, e o trabalho em muitas áreas e funções pode ser realizado de
qualquer lugar do mundo. Os escritórios, que antes eram fisicamente vinculados
a um mesmo endereço, hoje podem estar em qualquer lugar e em qualquer
cidade. Uma organização que pode estar localizada em uma rua de qualquer
cidade do Brasil pode ter colaboradores que trabalham em um local de qualquer
cidade da Austrália. Tudo está conectado, e é favorável que tenhamos uma
mentalidade de agir localmente, pensando globalmente.
Diante dessas transformações, são necessários perfis adequados às
demandas atuais para que as novas competências atendam às novas realidades
do mercado de trabalho.
A velocidade das coisas é cada vez mais percebida. Por exemplo, para
alcançar 50 milhões de usuários, o rádio levou 38 anos; a TV, 13 anos; a Internet,
4 anos; o Facebook, 3,5 anos; o Twitter, 9 meses; o Instagram, 6 meses; o
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aplicativo Angry Birds, 36 dias; e para alcançar o mesmo número de 50 milhões
de usuários, o Pokémon levou, apenas, 25 dias.
A incerteza é outra característica relevante e que deve ser percebida. A
falta de previsibilidade das coisas é certa. Pudemos perceber isso durante a
pandemia. Nossa rotina, como de costume, foi totalmente alterada a todo instante,
por conta de vários fatores: mutação do vírus, sensação de segurança e
insegurança a todo momento, instabilidade da saúde mental.
Para cada característica do mundo, é necessária uma ação estratégica
distinta, devemos ter:

1. Capacidade de agir localmente pensando globalmente;


2. Visão compartilhada, resiliência e criatividade;
3. Entendimento e flexibilidade;
4. Clareza, transparência, multidisciplinariedade e colaboração;
5. Agilidade, coragem, abertura e tolerância;
6. Compreensão do propósito pessoal diante do trabalho que desejamos ter.

Para tanto, é urgente que tenhamos consciência de que novos


comportamentos são necessários diante das mudanças e transformações que
passamos tendo em vista a nossa empregabilidade.

TEMA 3 – HISTÓRIA DA LIDERANÇA

Segundo o escritor John P. Kotter, em sua obra Acelere: tenha agilidade


estratégica num mundo em constante transformação, de 2019, “liderança é
apontar uma direção. É por meio de uma estratégia que devemos empoderar e
ajudar pessoas a realizar sonhos com energia e velocidade”.
Em um sentido mais amplo, liderança é mobilizar um grupo de pessoas a
saltar rumo a um futuro melhor. A expressão liderança tornou-se parte da rotina
de todos, seja no âmbito pessoal, corporativo, acadêmico ou político. Cada vez
que ela é proferida, todos passam a ouvir com mais atenção.
Ao falar em liderança, fica impossível não atrelarmos a ela a questão da
autoridade, o cargo almejado pelo status que proporciona, pois normalmente tal
expressão está ligada a cargos de chefia, de poder. Porém, é necessário e
imprescindível analisarmos de maneira mais profunda tal expressão.

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3.1 Origem

Desde os tempos mais remotos, existem indícios de que o homem já se


organizava em grupos conduzidos pelos mais fortes e experientes, haja vista a
necessidade de sobrevivência, de viver em comunidade, de construírem algo em
conjunto.
Em vários modelos de sociedade, a figura da liderança foi necessária para
a sua organização, sobrevivência e existência. Foi assim com nossos ancestrais,
no seu modelo de vida tribal. Foi assim também no antigo Egito, quando reinavam
os faraós como autoridades máximas.
Desde os nossos ancestrais das cavernas, a liderança sempre esteve
presente no dia a dia das pessoas, como uma forma de organizar e guiar suas
ações e também de garantir o poder daqueles que fossem mais inteligentes ou
mais fortes.
A liderança faz parte da história da humanidade. Lembremos que os
exemplos acima apresentados funcionam a partir de uma pessoa que exerce
poder de conduzir um grupo, e nem sempre a ideia de poder está ligada a uma
ideia negativa de exercício de uma determinada liderança.
A liderança sempre esteve presente, sendo altamente necessária para a
construção da história e o desenvolvimento da humanidade.
Entretanto, o conceito de liderança surgiu em 1911, quando Frederick
Winslow Taylor publicou os “Princípios da Administração Científica”. Segundo ele,
a liderança seria essencial para que os profissionais, processos e ferramentas
produtivas alcançassem alto desempenho.
Nesse sentido, Frederick Taylor apresenta exemplos e situações reais
extraídas da sua própria experiência no ambiente das fábricas. Taylor foi um
homem à frente de seu tempo por analisar e testar suas teorias, verificando se
eram ou não aplicáveis à ampliação da produção com o menor custo, e é
considerado o pai da Administração Científica, sendo sua corrente conhecida
como taylorismo pela forma de gerir e liderar.
É importante considerar que o contexto da liderança é muito amplo e se dá
de diferentes formas, diversos contextos e por diferentes necessidades. Contudo,
é fundamental considerar que todo ser humano nasce com a possibilidade de
liderança dentro de si e já a exerceram em algum momento da vida, pois já
tomaram decisões importantes, lideraram processos, equipes, situações
cotidianas da vida, mesmo que de maneira inconsciente. Porém, é importante ter
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a consciência de sua importância a fim de desenvolvê-la cada vez mais em prol
da construção e desenvolvimento melhor de nossa sociedade.

3.2 Autoridade e autoritarismo no contexto da liderança

O livro Dicionário de política traz uma citação de Norberto Bobbio, filósofo


e historiador (1909-2004), sobre autoridade. Segundo ele, a segunda e mais
comum definição de autoridade considera que nem todo poder estabilizado é
autoridade, mas somente aquele em que a disposição de obedecer de forma
incondicional se baseia na crença da legitimidade do poder. Ou seja, o poder da
autoridade é considerado legítimo por parte dos indivíduos ou grupos que
participam da mesma relação de poder. Sob esta ótica, a autoridade tem o direito
de mandar, e os subordinados têm o dever de cumprir com as diretrizes proferidas.
Portanto, é a aceitação do poder como legítimo que produz a atitude mais ou
menos estável no tempo para a obediência incondicional às diretrizes que provêm
de uma determinada fonte.
O autoritarismo, prática do autoritarista, surge quando o caos, a
desorganização se instala, pois apenas em um ambiente de desorientação de um
grupo de indivíduos é propício ao surgimento de tal personalidade. Diante de uma
autoridade fraca, inepta ou mesmo pela ausência de autoridade, se inicia o caos,
a desorientação, que não encontrando líderes natos e legítimos, permitirá a
instalação do autoritarismo.
As pessoas precisam se sentir seguras, motivadas, reconhecidas em suas
singularidades e de razoável conforto. Um grupo de pessoas irá alimentar estes
anseios e acrescentará o sentido de união, onde o indivíduo é importante, mas o
grupo não pode ser esquecido.
A liderança, em um contexto ideal, pode surgir dentre um grupo que tenha
singularidades, pessoas afins, com os mesmos objetivos, mesmas obrigações,
mesmos anseios. O líder surgirá por suas ações, suas convicções e suas atitudes.
A ação organizada e lógica, aceita pelo grupo, ou pela maioria dos indivíduos do
grupo, fará com que o indivíduo seja visto e aceito como líder. Tornar-se-á líder
aquele que, além de compartilhar os mesmos sentimentos, partir para a ação.
Sem ação, não há liderança, não haverá líder. Há apenas um conselheiro.
A liderança não é uma aptidão nata, pode ser desenvolvida e aperfeiçoada,
mas jamais haverá uma boa liderança sem uma forte e controlada dose de

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empatia. O líder, no papel de agente inspirador aos seus liderados, deve prestar
atenção para não se transformar numa pessoa autoritária. Autoritarismo não
combina com liderança. O líder não precisa ser autoridade, mas a autoridade
precisa ser líder.
Segundo Idalberto Chiavenato, no ano de 2008, em sua obra Gestão de
pessoas, aponta que o novo papel dos recursos humanos nas organizações é
liderar e saber agregar, recompensar, desenvolver, monitorar, manter e aplicar.
Para ele, essas seis ações citadas são fundamentais e devem estar conectadas
para uma gestão de pessoas por meio de uma liderança eficaz.
Além disso, o conceito de liderança evoluiu ao longo dos anos. Assim,
fatores como o cenário econômico, o ritmo acelerado do mercado e a tecnologia
despertaram novas exigências, relacionadas ao lado humano dos profissionais.
Para tanto, dado que o mundo está em constante mudança, é muito importante
que os líderes fiquem atentos às competências a serem desenvolvidas para que
ele esteja sempre apto à esta dinâmica de evolução dos tempos.
Já pensou nisso? Quais as competências que você considera importantes
para o desenvolvimento de sua liderança?

3.3 Liderança na atualidade

Saber conduzir a equipe de forma motivacional sem perder o foco da


progressão e do rumo ao alcance dos objetivos é um dos pilares da liderança.
Muitas vezes, imagina-se que o grande líder é aquele que tão somente consegue
resultados pelo trabalho de sua equipe, mas isso é um engano. Como bem diz
Mario Sergio Cortella, não se pode caracterizar o líder tão somente como “aquele
que consegue que as pessoas façam coisas”. Na verdade, na gestão de pessoas,
essa ideia tem de ir além.
O conjunto da obra da liderança é extensa, complexa e vai muito além da
inspiração que o líder deve proporcionar ou a análise momentânea na obtenção
de resultados. Ela tem que ser pedagógica, psicológica, sendo uma parceria entre
o líder e o liderado, onde o primeiro busca no segundo o seu talento e procura
desenvolvê-lo, inspirá-lo, motivá-lo para o bem da coletividade em que se
encontram, com objetivos determinados, visando o resultado a que se
propuseram. O gestor líder não pode se servir do poder autoritário, e sim usá-lo
para a coletividade que o cerca.

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O tema liderança foi estudado por mais de 30 anos por Robert Cialdini,
autor do best-seller As armas da persuasão. Nessa obra, ele identifica 6 princípios
ou armas da influência que governam a nossa conduta. Influenciar, nas palavras
do pesquisador, não é nenhum conhecimento mágico, e sim científico. Ele
identificou atalhos mentais que fazem o cérebro consentir automaticamente.
Ao analisar o tema liderança na atualidade, é importante considerar a
globalização como fator preponderante na quebra de alguns paradigmas. Dentro
desse tema, é fundamental que as lideranças busquem se adequar
constantemente a isso, principalmente na questão cultural, tecnológica.
Os líderes devem ter, também, as suas competências muito bem
desenvolvidas. Seus conhecimentos, habilidades e atitudes devem estar
alinhados com as competências organizacionais, caso contrário, não alcançarão
os resultados pretendidos. A interatividade com a empresa e os demais gestores
se torna fundamental.
Temos a liderança formal, imposta, nomeada, porém temos também aquela
liderança que surge no cotidiano, no dia a dia, aquela pessoa que naturalmente
se destaca das demais, seja pela sua experiência pessoal, seja pela motivação
que proporciona aos demais.
Como abordado anteriormente, a literatura sobre liderança é vasta e, por
isso, é difícil caracterizarmos de maneira precisa quais são seus tipos, embora
exploraremos os tipos clássicos da liderança em outro momento.
A liderança é exercida de várias maneiras, pois cada ser humano tem sua
identidade única e sua maneira de se relacionar com as pessoas.
Hoje, há a clareza de que as pessoas são fundamentais, tanto que as
empresas estão investindo cada vez mais no seu RH, em desenvolvimento, em
sua gestão. Porém, ainda se nota que muitas vezes alguns gestores não
entenderam que as pessoas não saem de casa apenas para bater metas e gerar
lucros.
O principal motivo que faz todos levantarem e irem trabalhar varia de
pessoa para pessoa: a realização de seus objetivos próprios, alcançar as suas
metas, seus sonhos: seja a compra de um carro, de um imóvel, de uma viagem
ou a própria realização pessoal pelo trabalho que realiza.
A liderança na atualidade é a liderança conectada, também, às motivações
das pessoas. Ele é um líder preocupado com os seus liderados, com seus
colaboradores.

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Como diz James C. Hunter, em seu best-seller O monge e o executivo, “os
líderes precisam se preocupar não só com os seus clientes, os líderes precisam
se preocupar também com os seus colaboradores”, pois eles é que vão atender
os seus clientes, eles é que vão levar o nome da empresa.
A liderança hoje nos mostra que os líderes devem conhecer os objetivos
de vida do seu colaborador, devem conhecer as suas emoções, um pouco da sua
vida e, ao conhecer isso, irá conseguir reconhecer quais são os objetivos da
instituição e a partir daí conseguirá buscar uma conexão entre ele e a empresa,
fazendo ele enxergar que alcançando os objetivos, as metas da instituição, ele
ajudará a realizar os seus próprios objetivos, as suas realizações.
O engajamento entre os colaboradores e a empresa é um grande segredo
que todos os líderes devem conhecer.
Toda equipe responde de acordo com o seu estilo de liderança. E essas
características são facilmente percebidas observando a motivação do quadro de
colaboradores, o clima organizacional e a cultura da empresa.

TEMA 4 – O LÍDER, O ADMINISTRADOR E O CHEFE

É muito comum confusões sobre nomes, conceitos e compreensão de


determinadas nomenclaturas, levando as pessoas a não compreenderem seus
significados e suas importantes particularidades.
Não devemos nos preocupar com os rótulos, e sim com a efetivação do
significado que envolve o rótulo. Muitas vezes, observa-se uma mudança apenas
no status, utilizando a palavra liderança por trazer uma roupagem de importância,
porém na prática não se vê uma mudança de práticas condizentes com a liderança
em si. Diante disso, vamos tratar das diferenças conceituais entre chefe, líder e
administrador.
O chefe geralmente comanda e cobra resultados, é mais objetivo. Por
vezes, para ter o seu poder, é obrigado a excluir o colaborador das decisões.
Já o líder não exclui; ele agrega, inspira, fazendo a pessoa o seguir e
agregar. Há uma relação de admiração mútua e de construção conjunta.
Outra característica do chefe é a presença da questão da hierarquia. A
decisão do chefe você aceita, não há discussão, tampouco troca de ideias.
Existem casos de chefes que foram líderes, porém isso não é uma verdade
absoluta, importante saber a diferença entre as duas figuras.

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O líder não impõe, ele agrega; troca ideias, gosta do diálogo e suas
decisões podem ser questionadas. Há a prevalência do contraditório.
A ideia de chefe está ligada a uma forma mais tradicional da gestão, à
verticalidade da hierarquia, da necessidade de se firmar pelo poder e ao status.
Já a liderança está ligada à maior generosidade, ao diálogo, a coerência ética.
A ideia de administrador está vinculada ao seu conhecimento técnico sobre
as práticas de gestão, como veremos a seguir.
Vamos falar agora sobre a figura do administrador. Assim como o líder se
caracteriza pelo ser, o administrador tem como característica o fazer: planejar,
organizar, ordenar, desenvolver estratégias, controlar, orçar, gerir, solucionar
problemas e manter a ordem. É um técnico e utiliza essa técnica na gestão de
projetos, processos, orçamentos e pessoas para alcançar seus objetivos com
eficiência e responsabilidade.
Dentro desse mundo técnico que norteia as diretrizes do administrador,
tem-se alguns pontos importantes dentro do processo administrativo:

Planejar – Organizar – Dirigir – Executar – Controlar.

No planejamento e na organização, tem-se os aspectos mais abstratos.


São mais genéricos, pois tem que englobar ideias e o seu desenvolvimento para
que se dê o start, o início da fase mais operacional, concreta, onde entram as
outras fases.
Ainda no planejamento e na organização, o administrador pensa nos
objetivos a serem alcançados e criam os procedimentos para atingi-los,
analisando o perfil da sua organização, seus custos, o tempo que será utilizado,
sua mão de obra, as necessidades dos clientes, o mercado em que está inserido
etc.
É a fase mais criativa, generalista, onde ele deve analisar várias
alternativas. É um processo sempre voltado para o futuro, deve ser permanente e
sua decisão deve ser muito racional.
Dirigir, executar e controlar são as fases mais concretas, a “mão na massa”,
onde tudo que foi planejado e organizado começa a tomar forma.
Nessas fases, o administrador usa sua técnica para integrar, direcionar e
gerir as equipes. Procura manter o “trem nos trilhos”, controlando as variáveis que
surgem no caminho operacional.

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O administrador nesse momento usa seu relacionamento interpessoal com
seus subordinados.
Todas as práticas do processo administrativo citadas acima requerem
extremo cuidado e atenção por parte do administrador, pois deve haver um
equilíbrio entre elas para que o processo não desande ao longo do tempo.

TEMA 5 – MARKETING PESSOAL

O professor universitário americano Philip Kotler, considerado por muitos


como o Pai do Marketing, em seu livro Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo
profissional precisa saber, define marketing pessoal como uma disciplina que
“utiliza os conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira e da
vida das pessoas, e sobretudo valoriza o ser humano em todos os seus atributos”.
Com base nessa referência, o marketing pessoal é visto como uma
ferramenta estratégica fundamental para o sucesso. Conduzido de maneira
planejada, ele ajuda a criar uma imagem consistente e coerente do profissional,
dando-lhe mais visibilidade aos demais profissionais nos quais se relaciona e,
consequentemente, no mercado, com o intuito de que ele se torne referência em
seu ramo de negócios.
O marketing pessoal pode ser compreendido como um processo que
envolve a concepção e o planejamento de ações de um indivíduo, com o objetivo
de contribuir para a sua formação profissional. Para tanto, utiliza-se da atribuição
de um valor que seja compatível ao mercado, e a sua colocação deve ser
divulgada no momento ideal para as pessoas certas, de forma que ambas as
partes fiquem satisfeitas.
Temos como um dos pontos principais a valorização do ser humano e dos
seus atributos, qualidades e características. O objetivo é o de maximizar as
capacidades pessoais e profissionais. O princípio é o mesmo adotado no
marketing geral, no qual destacam-se os pontos fortes de determinado produto ou
serviço no que se refere a estratégias de posicionamento. Logo, todo esse
processo é um apanhado de ideias, conceitos e pontos favoráveis do indivíduo
para que sejam mostrados e divulgados ao mercado ou em algum local
determinado e de interesse no âmbito daquela pessoa.

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No mercado atual, onde as vagas existentes são, por vezes, muito menores
que o número de profissionais capacitados, ter postura profissional e saber aplicá-
la às estratégias do marketing pessoal é uma grande vantagem.
Segundo Rez (2016), em seu best-seller Marketing de conteúdo: a moeda
do século XXI, os principais fundamentos para o sucesso do marketing pessoal
são estabelecidos em cinco planos: o posicionamento emocional para os demais,
a comunicação interpessoal, a capacidade de estabelecer uma ampla rede de
contatos/relacionamentos, o posicionamento da imagem e as formas de apoiar e
incentivar os demais.
Segundo o autor, para cada elemento principal, deve-se compreender a
sua definição específica.
O posicionamento emocional é a maneira na qual as pessoas lembram das
outras. É como a primeira impressão, que pode marcar a presença e gravar uma
recordação da pessoa em determinado encontro, seja pela educação, sinceridade
e toda carga de emoção, seja ela positiva ou negativa, que ficam registradas como
impressões pessoais.
A comunicação interpessoal é a interface do indivíduo com as pessoas do
seu círculo de convivência, tanto pela capacidade de oratória como pela facilidade
em criar vínculos de comunicação constante. São características que demonstram
as qualidades pessoais das pessoas para o externo. Nesse aspecto, podemos
destacar a capacidade de algumas pessoas em se tornarem líderes.
A rede de relacionamento é um importante canal para manter os contatos
de variados níveis e que são fundamentais para a inserção do indivíduo na
sociedade e em seu núcleo de convivência. Nessa esfera, se estabelecem os
contatos tanto na forma vertical, onde existem relações com pessoas em planos
mais elevados, quanto na forma horizontal, em relações com pessoas em planos
semelhantes.
O posicionamento da imagem é a adequação das características no plano
visual e a sua inserção no contexto da sociedade. Nessa esfera, pode-se destacar
a importância da composição ideal do visual e da boa aparência.
Por fim, a forma de apoiar os demais é o elemento principal do marketing
pessoal, pois por meio dele o destaque social pode ser ampliado. Estar atento ao
comportamento e situação dos demais indivíduos do convívio social, apoiá-los e
incentivá-los por meio de atitudes sinceras e transparentes, sempre com base nas
qualificações, é uma forma de se manter sempre na lembrança daqueles que
estão por perto.
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Trazendo um exemplo simples, bem prático e bem recorrente, nos dias
atuais, para a questão do marketing pessoal, temos os influenciadores digitais,
que usam a força da sua imagem para divulgar produtos ou serviços. Eles
procuram vender uma imagem no mercado, exaltando suas qualidades, suas
características físicas, psicológicas e suas habilidades para ser notado.
Em entrevista ao canal Forbes Brasil, dentro da série “Forbes Mulher”, a
presidente da IBM para a América Latina, Ana Paula Assis, disse que para ela, a
proatividade, o networking e o marketing pessoal são três elementos
fundamentais para o sucesso. Em suas palavras, o “marketing pessoal é algo
fundamental para o sucesso”.
O marketing pessoal não é uma simples decisão de projeção de imagem.
Antes disso, é um conjunto de ações que se deve incorporar ao dia a dia de todo
profissional, acrescentando esse procedimento à suas qualificações, utilizando
um conjunto de técnicas e estratégias que buscam valorizar a sua marca
individual.
E você, tem dado atenção ao seu marketing pessoal? Como tem percebido
e investido no desenvolvimento de seu posicionamento emocional para os
demais, na comunicação interpessoal, na capacidade de estabelecer uma ampla
rede de contatos e no posicionamento da imagem e nas formas de apoiar e
incentivar os demais?
Vale investir um tempo e descrever ações para desenvolver cada um
destes planos em busca de um melhor e mais assertivo marketing pessoal.

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REFERÊNCIAS

ALLPORT, G. W. Personalidade padrões e desenvolvimento. São Paulo:


Herder, 1966.

CANAL FORBES BRASIL. YouTube. Entrevista com Ana Paula Assis. 2019.

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